Marambaia, Favela, Túnel do Sacavém e Terrestres são destaques no 1ª dia de desfiles das escolas de samba de São Luís

Agremiações desfilaram na noite de domingo (19), acabando com o jejum de dois anos sem desfiles na Passarela do Samba Chico Coimbra, devido à pandemia. Enredos prestaram homenagens e exaltaram figuras importantes. Primeira noite de desfiles das escolas de samba de São Luís
Paulo Soares/Grupo Mirante
Uma noite de muita emoção, brilho, samba no pé e alegria. Assim foi o primeiro dia dos desfiles das escolas de samba de São Luís, realizado nesse domingo (19), na Passarela do Samba Chico Coimbra, no Anel Viário, em São Luís.
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O deleite da retomada do Carnaval na Passarela do Samba, que ficou suspensa por dois anos, devido à pandemia de Covid-19, pode ser visto no semblante dos foliões que compareceram às arquibancadas durante as apresentações e nos milhares de brincantes que desfilaram pelas quatro escolas que cruzaram a avenida.
Devido às fortes chuvas que, caíram desde as primeiras horas de domingo na capital maranhense, houve um atraso de mais de 1h no início dos desfiles. Mas nem mesmo o temporal e o vento frio, foi suficiente para desanimar o público, que compareceu com muita animação ao local em grupos de amigos ou familiares e, estavam prontos para torcer para suas agremiações.
Fuzileiros da Fuzarca desfilam na Passarela do Samba em São Luís
Paulo Soares/Grupo Mirante
A programação começou por volta das 20h, com o desfile do tradicional grupo Fuzileiros da Fuzarca. Com cerca de 100 componentes, entre ritmistas e pastores, o bloco foi fundado em 1936 por poetas e compositores apaixonados por samba e pelo carnaval e, desde então, o grupo resiste ao tempo e é uma das manifestações mais genuínas e importantes da cultura popular ludovicense.
Logo em seguida e debaixo de muita chuva, os Ritmistas do São João de São José de Ribamar cruzaram a Passarela do Samba. O ritmo cadenciado dos tambores, animou o público que se fez presente e foi uma espécie de aquecimento para o início dos desfiles das escolas de samba.
Ritmistas do São João de São José de Ribamar desfilaram pela Passarela do Samba em São Luís
Paulo Soares/Grupo Mirante
Túnel do Sacavém e Terrestres do Samba
Ao todo, estavam previstas para desfilar na noite deste domingo, cinco agremiações. Entretanto, a Turma do Quinto não desfilou ao alegar demora no repasse dos recursos municipais destinados a agremiação.
Com isso, apenas as escolas de samba Túnel do Sacavém, Terrestres do Samba, Marambaia e Favela do Samba desfilaram pela avenida em busca do título de campeã do Carnaval 2023 de São Luís.
Escola de Samba Túnel do Sacavém foi a primeira a desfilar em São Luís
Paulo Soares/Grupo Mirante
A Túnel do Sacavém abriu os trabalhos na primeira noite de desfiles das escolas de samba em São Luís. Com o enredo 'Luíz Phelipe Andrès: arquiteto dos sonhos', a agremiação do bairro Sacavém, prestou uma homenagem ao arquiteto e engenheiro mineiro, que morreu em 2021, e teve uma carreira dedicada ao Patrimônio Histórico de São Luís.
Com três alegorias e mais de 500 componentes, o enredo passeou pela trajetória de Andrès, dando destaque à três paixões da sua vida: Patrimônio Histórico, São Luís e o Estaleiro-Escola do Sítito Tamancão, que pertence ao Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), e no qual ele foi gestor até seus últimos dias.
Escola de samba Túnel do Sacavém fez uma homenagem ao arquiteto Luiz Phelipe Andrès
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As alas coloridas e cheias de referências à trajetória de Andrès como arquiteto. O mineiro foi coordenador-geral do projeto 'São Luís: Patrimônio Mundial', e o responsável técnico que assinou o dossiê que deu à São Luís o título de cidade Patrimônio da Humanidade, em 1997, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Escola de Samba Terrestres do Samba foi a segunda escola a desfilar em São Luís
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A Terrestres do Samba foi a segunda escola a cruzar a Passarela do Samba de São Luís. Com o enredo 'O Poder da Criação', a escola do bairro Estiva, localizado na Zona Rural da capital maranhense contou na avenida a história da relação entre grandes criadores da humanidade e suas criaturas.
Com três alegorias e mais de mil componentes, a agremiação que possui 64 anos de história, fez uma crítica as relações dos seres humanos e o uso abusivo das redes sociais. Um dos destaques da escola foram as alas coloridas, com tecidos metálicos e muito samba no pé.
Outro destaque da escola foi a comissão de frente, que abusou da criatividade e usou luzes de led chamar atenção dos avaliadores e do público.
Comissão de Frente da Terrestres do Samba usou luzes de led para dar efeito especial.
Paulo Soares/Grupo Mirante
Marambaia e Favela do Samba
Marambaia foi a terceira escola a desfilar em São Luís
Paulo Soares/Grupo Mirante
Por volta de 23h30, foi a vez da Marambaia chegar com tudo na Passarela do Samba. A agremiação do Bairro de Fátima, trouxe para a avenida muito axé em um enredo imponente, que fez uma homenagem ao babalorixá Pai Euclides, fundador e responsável pela Casa Fante-Axante, localizada no bairro Anil, em São Luís.
Com quatro carros alegóricos, um tripé na comissão de frente e mais de 1,6 mil componentes, a Marambaia levou para a avenida alas coreografadas em referência ao candomblé. O samba-enredo da agremiação, que conta com uma letra marcante, não saiu da boca do público e foi ecoado aos quatro cantos da Passarela do Samba Chico Coimbra.
A escola, fundada em 1954, veio em busca do segundo título do Carnaval de São Luís, após ter vencido pela única e última vez, em 2018. Um dos destaques da noite, foi a comissão de frente da escola, que fez uma espécie de 'mágica' para o público presente. Durante o encerramento do desfile, a Marambaia trouxe ainda uma mensagem importante para a avenida em defesa da liberdade religiosa.
Escola de samba Marambaia levou para avenida mensagem contra a intolerância religiosa em São Luís
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Encerrando a noite de desfiles, foi a vez da Favela do Samba cruzar a avenida. A agremiação do bairro Sacavém escolheu para este ano, um enredo místico: 'Do Renascer da Grécia Antiga ao Berço da Cultura Popular: o legado de um artista chamado Dionísio'.
Com 19 títulos na carreira, a supercampeã desfilou na Passarela do Samba de olho no troféu do Carnaval 2023 de São Luís. Com cinco alegorias e mais de 1,5 mil componentes, a Favela do Samba fez um passeio pela Grécia Antiga e passeou pela história de Dionísio, deus das festas, do prazer material, dos ritos religiosos e do vinho.
Favela do Samba foi a última escola a se apresentar na Passarela do Samba
Paulo Soares/Grupo Mirante
A agremiação também fez uma conexão com outra importante festa popular do Maranhão, o São João. Na comissão de frente, pessoas que viviam na Grécia Antiga se transformavam em índias, vaqueiros e outros personagens do enredo do Bumba meu boi, um dos traços mais singulares da cultura popular maranhense.
Com alas coreografadas em passos de samba e de muito Bumba meu boi, a Favela do Samba animou o público que permaneceu, até às 2h30 na Passarela do Samba, prestigiando os desfiles. No último carro alegórico, a agremiação fez uma homenagem à Renato Dionísio, membro do Boi Pirilampo, um dos grupos mais tradicionais do Maranhão.
Escola de samba Favela do Samba levou muitas cores e alegria para a avenida
Paulo Soares/Grupo Mirante
2º dia
A programação continua na Passarela do Samba nesta segunda-feira (20), com o segundo dia dos desfiles das escolas de samba de São Luís. Devem desfilar as seguintes agremiações:
Unidos de Fátima
Mocidade Independente da Ilha
Império Serrano
Turma de Mangueira
Flor do Samba