Bloqueio de verba pelo MEC: UFSCar vê situação ‘preocupante’ e vai priorizar bolsas e terceirizados

Na sexta (27), Ministério da Educação (MEC) anunciou bloqueio de 14,5% da verba das universidades e institutos federais para despesas de custeio e investimento. Reitora falou sobre bloqueio nesta segunda-feira (30) no retorno das aulas presenciais. Campus da UFSCar em São Carlos 2020
Gabrielle Chagas/G1
A reitora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Ana Beatriz de Oliveira, classificou como 'preocupante' e 'devastador' o bloqueio orçamentário de 14,5% na verba de custeio e investimento anunciado pelo Ministério da Educação (MEC).
"A nossa equipe está estudando a melhor alocação desse bloqueio, mas é um impacto devastador. Nós já tínhamos um déficit de R$ 14 milhões, mais R$ 10 milhões, de fato, deve inviabilizar a atividade da universidade. Isso representa dois meses e meio da manutenção da UFSCar", disse em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (30), na volta das aulas presenciais após 2 anos.
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A reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira
Ely Venâncio/EPTV
Após 2 anos, UFSCar recebe mais de 18 mil alunos presencialmente
Governo bloqueia 14,5% da verba para custeio e investimento de federais
Bolsas e funcionários terceirizados
De acordo com a reitora o Conselho de Administração (CoAd) e o Conselho Universitário (ConsUni) já discutiram e deliberaram sobre o assunto no ano passado e a diretriz da universidade é priorizar o pagamento de bolsas e de contratos que envolvem os trabalhadores terceirizados.
"A ideia é manter o máximo possível o vínculo de terceiros, até porque com o retorno presencial a nossa demanda por limpeza, por segurança e por manutenção aumenta. Esse bloqueio é ainda mais preocupante porque ele acontece em um cenário em que havia expectativa de aumento no custo da nossa manutenção, então é um fato muito preocupante", declarou.
Após 2 anos, estudantes da UFSCar retomam aulas presenciais
Reitoria da UFSCar em São Carlos
Gabrielle Chagas/G1
O bloqueio de 14,5% da verba das universidades e institutos federais para despesas de custeio e investimento foi anunciado na sexta-feira (27) pelo MEC. O governo justificou que o contingenciamento é necessário para cumprir o teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas públicas.
O bloqueio feito em 2022 deve ser maior que o previsto, no entanto, porque o Executivo tenta encaixar nesse limite a promessa de dar reajuste aos servidores públicos federais. Ao todo, R$ 14 bilhões devem ser bloqueados em todo o governo federal para garantir um reajuste de 5% em ano eleitoral.
Déficit orçamentário
Campus da UFSCar em São Carlos
Reprodução/EPTV
Para 2022, o orçamento previsto era de R$ 51,4 milhões. Deste total, R$ 41,3 milhões serão usados como verba de custeio, para a manutenção, pagamento de água, luz, serviços terceirizados e compra de materiais dos quatro campi.
Apesar de aumento no orçamento, UFSCar estima déficit de R$ 14 milhões em 2022
Os outros R$ 10,1 milhões serão usados no Programa de Assistência Estudantil (PNAES), revertidos em bolsas de moradia e auxílio alimentação para os estudantes em situação de vulnerabilidade.
Apesar do repasse ser maior do que nos anteriores, antes de ser anunciado o bloqueio orçamentário, a UFSCar já havia informado que previa um déficit de R$ 14 milhões.
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