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Colômbia terá 2º turno entre esquerdista Petro e surpresa populista Hernández

(FOLHAPRESS) – A eleição presidencial colombiana terá segundo turno, a ser disputado em 19 de junho, entre o esquerdista Gustavo Petro e o populista Rodolfo Hernández, de acordo com a apuração das urnas neste domingo (29).
Com 99,62% das urnas contabilizadas, Petro tem 40,33%, seguido por Hernández, com 28,18%.

A liderança de Petro não foi uma surpresa, uma vez que o candidato, que tenta chegar ao cargo pela terceira vez, vinha em primeiro lugar nas sondagens desde o início da campanha. A novidade foi Hernández.

O ex-prefeito de Bucaramanga apareceu por meses na sexta colocação nos levantamentos, mas nas últimas semanas atropelou os nomes mais cotados para chegar ao segundo turno.

O favorito para enfrentar Petro era o direitista Federico “Fico” Gutiérrez, ex-prefeito de Medellín, apoiado pelo atual governo, de Iván Duque, e pelo Centro Democrático, partido comandado pelo caudilho Álvaro Uribe, popular ex-presidente da Colômbia. Ele marcou 23,87%.

Hernández também desbancou o centri..

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(FOLHAPRESS) – A eleição presidencial colombiana terá segundo turno, a ser disputado em 19 de junho, entre o esquerdista Gustavo Petro e o populista Rodolfo Hernández, de acordo com a apuração das urnas neste domingo (29).
Com 99,62% das urnas contabilizadas, Petro tem 40,33%, seguido por Hernández, com 28,18%.

A liderança de Petro não foi uma surpresa, uma vez que o candidato, que tenta chegar ao cargo pela terceira vez, vinha em primeiro lugar nas sondagens desde o início da campanha. A novidade foi Hernández.

O ex-prefeito de Bucaramanga apareceu por meses na sexta colocação nos levantamentos, mas nas últimas semanas atropelou os nomes mais cotados para chegar ao segundo turno.

O favorito para enfrentar Petro era o direitista Federico "Fico" Gutiérrez, ex-prefeito de Medellín, apoiado pelo atual governo, de Iván Duque, e pelo Centro Democrático, partido comandado pelo caudilho Álvaro Uribe, popular ex-presidente da Colômbia. Ele marcou 23,87%.

Hernández também desbancou o centrista Sergio Fajardo, que vinha em terceiro lugar nas pesquisas, tinha a preferência do eleitorado mais urbano e terminou o primeiro turno com 4,2%. Diante do desempenho do populista, já há a visão na campanha de Petro de que Fico era um adversário melhor.

O senador de esquerda Iván Cepeda, no entanto, afirma que "não há motivo para desânimo". "Ganhamos esse turno, e é a primeira vez que a esquerda consegue isso na Colômbia. No segundo turno, tudo pode acontecer, mas estamos trabalhando para vencer", disse ele à Folha.

A decisão de levar Petro e Hernández à disputa final está relacionada à forte rejeição a Duque e à continuidade de políticas da direita -a Colômbia jamais foi governada pela esquerda. A inquietação contra um modelo neoliberal na economia e conservador nos costumes se revelou com força nas manifestações populares de 2019 e de 2021, que resultaram em forte repressão da polícia.

Assim, os colombianos demonstraram que o desejo de mudança prevaleceu: ambos os candidatos não pertencem às forças políticas tradicionais que nas últimas duas décadas governaram o país nem possuem vínculos com nenhum dos lados da polarização entre direita liberal e direita conservadora representada pelos ex-presidentes Juan Manuel Santos e Uribe.

Entre as principais propostas do esquerdista estão reforma agrária, redução da taxa de desemprego -atualmente em 12%- por meio da criação de vagas no Estado e diminuição da dependência do país em relação ao petróleo, principal produto de exportação colombiano. Petro tem discurso anti-extrativista e afirmou que priorizará a produção do campo e das indústrias. Nos últimos debates, afirmou que seu governo seria uma social-democracia e que expropriações estavam fora dos planos.

Ex-membro do M-19 que foi preso e torturado na década de 1980, Petro, 62, abraçou a opção democrática depois que a guerrilha da qual fazia parte se desmobilizou. Foi eleito senador duas vezes e também liderou a prefeitura da capital colombiana, Bogotá, o segundo cargo mais importante do país.

Hernández, por sua vez, faz uma campanha baseada em mensagens simples e diretas, com amplo uso de redes sociais, como o TikTok. Aos 76, ficou popular devido ao discurso anticorrupção e às caravanas em motos ou caminhonetes, principalmente no interior do país.

Rico empresário do setor da construção, foi prefeito de Bucaramanga e tem origem pobre. Já afirmou ser admirador do ditador nazista Adolf Hitler, para depois pedir desculpas e dizer que tinha se enganado e que, na verdade, queria dizer Albert Einstein.

Apesar de ser contra o aborto e o casamento igualitário, Hernández é a favor da legalização das drogas.

Em Bucaramanga, após o anúncio dos resultados, Hernández leu um breve discurso escrito em um papel. "Faremos da Colômbia um país para todos, onde o governo trabalha cada dia para o bem-estar dos colombianos, em especial os mais necessitados. Conto com vocês para ganhar no segundo turno."

Caso seja eleito presidente, o populista contará com apenas dois deputados, Erika Tatiana Sánchez e Juan Manuel Cortéz Dueñas, eleitos no último pleito legislativo, em março. Ambos foram eleitos pelo Departamento de Santander, cuja capital é Bucaramanga, da qual o candidato foi prefeito.

Um ponto em comum entre os finalistas é a defesa da implementação completa do acordo com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). O tratado, hoje parte da Constituição, tem encarado dificuldades na prática. Funcionou no desarmamento e na desmobilização da guerrilha, mas pontos como a reforma agrária e a proteção de ex-combatentes ficaram de lado, causando mais de 150 mortes de ex-guerrilheiros e dissidentes, que se uniram a grupos criminosos e ligados ao narcotráfico.

Diferentemente da última eleição, em 2018, neste pleito a paz com as guerrilhas não apareceu como principal preocupação dos colombianos. Desemprego, saúde, impostos e maior participação do Estado nas aposentadorias foram temas que apareceram com mais força nos debates presidenciais.

O dia da eleição transcorreu sem maiores problemas, de acordo com observadores colombianos e estrangeiros, mas episódios de violência ocorreram nos Departamentos de Meta, Caquetá e Guaviare.

Em Meta, houve uma explosão a 100 metros de um local de votação, e em El Retorno uma outra bomba atingiu um soldado, que ficou ferido. As chuvas atrapalharam os colombianos, e em Meta foi necessário mudar mesas de votação para que eleitores pudessem ter acesso às urnas.

Antes de votar, Petro postou nas redes sociais logo cedo a imagem de uma carta de próprio punho para o povo colombiano. "Hoje confio em meu povo. É a hora da confiança, da convivência e da vontade de mudança. É hora de concretizar nossos sonhos", escreveu. Ao chegar ao 
centro de votação, teve de voltar para casa porque esqueceu a carteira de identidade.

Hernández, por sua vez, ao ser questionado sobre o que faria depois de votar, respondeu com o estilo bufão que o ajudou a chegar ao segundo turno da eleição presidencial colombiana: "Voltar para minha casa e dormir". Para quem já concedeu uma entrevista à CNN de pijama, a frase é bem coerente.

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Amber Heard e Johnny Depp fazem acordo em caso de difamação

SÃO PAULO, SP (UOL – FOLHAPRESS) – Amber Heard, 36, e Johnny Depp, 59, fizeram um acordo após uma longa batalha judicial.

A atriz divulgou uma nota em que afirma que tomou a “difícil decisão” de fazer um acordo com Depp.

Segundo ela, não há mais “restrições ou mordaças” para sua voz a partir de agora. Heard também criticou a Justiça americana por transformar seu depoimento em “entretenimento e alimento para as redes sociais”.

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SÃO PAULO, SP (UOL – FOLHAPRESS) – Amber Heard, 36, e Johnny Depp, 59, fizeram um acordo após uma longa batalha judicial.

A atriz divulgou uma nota em que afirma que tomou a “difícil decisão” de fazer um acordo com Depp.

Segundo ela, não há mais “restrições ou mordaças” para sua voz a partir de agora. Heard também criticou a Justiça americana por transformar seu depoimento em “entretenimento e alimento para as redes sociais”.

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Amber Heard e Johnny Depp fazem acordo em caso de difamação

SÃO PAULO, SP (UOL – FOLHAPRESS) – Amber Heard, 36, e Johnny Depp, 59, fizeram um acordo após uma longa batalha judicial.

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Segundo ela, não há mais “restrições ou mordaças” para sua voz a partir de agora. Heard também criticou a Justiça americana por transformar seu depoimento em “entretenimento e alimento para as redes sociais”.

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SÃO PAULO, SP (UOL – FOLHAPRESS) – Amber Heard, 36, e Johnny Depp, 59, fizeram um acordo após uma longa batalha judicial.

A atriz divulgou uma nota em que afirma que tomou a "difícil decisão" de fazer um acordo com Depp.

Segundo ela, não há mais "restrições ou mordaças" para sua voz a partir de agora. Heard também criticou a Justiça americana por transformar seu depoimento em "entretenimento e alimento para as redes sociais".

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Mbappé quebra silêncio e promete França de volta ao topo do mundo: ‘Vamos voltar’

Kylian Mbappé era um dos jogadores da França mais abatidos na premiação da Fifa após a decisão da Copa do Mundo. Mesmo fazendo um hat-trick na final contra a Argentina, o artilheiro da competição, com oito gols, acabou somente com o vice-campeonato. Um dia após a dolorosa derrota nos pênaltis – 3 a 3 no tempo regulamentar e 4 a 2 nos tiros livres -, o astro quebrou o silêncio para garantir que seu país voltará ao topo do planeta em breve.Em post nas redes sociais usando uma foto com a medalha de prata no peito e o troféu da Chuteira de Ouro nas mãos, passando em frente à taça da Copa do Mundo que escapou por pouco, Mbappé garantiu: “Nós vamos voltar.” Campeão em 2018 e vice na atual edição, ele espera reconduzir seu país ao título já em 2026, em competição com Estados Unidos, México e Canadá como sedes.
A publicação do camisa 10 francês foi comentada por mais de 44 mil torcedores, todos dando os parabéns por sua apresentação na Copa do Catar, sobretudo na decisão, e dando forças para o..

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Kylian Mbappé era um dos jogadores da França mais abatidos na premiação da Fifa após a decisão da Copa do Mundo. Mesmo fazendo um hat-trick na final contra a Argentina, o artilheiro da competição, com oito gols, acabou somente com o vice-campeonato. Um dia após a dolorosa derrota nos pênaltis – 3 a 3 no tempo regulamentar e 4 a 2 nos tiros livres -, o astro quebrou o silêncio para garantir que seu país voltará ao topo do planeta em breve.

Em post nas redes sociais usando uma foto com a medalha de prata no peito e o troféu da Chuteira de Ouro nas mãos, passando em frente à taça da Copa do Mundo que escapou por pouco, Mbappé garantiu: "Nós vamos voltar." Campeão em 2018 e vice na atual edição, ele espera reconduzir seu país ao título já em 2026, em competição com Estados Unidos, México e Canadá como sedes.

A publicação do camisa 10 francês foi comentada por mais de 44 mil torcedores, todos dando os parabéns por sua apresentação na Copa do Catar, sobretudo na decisão, e dando forças para o jogador do Paris Saint-Germain se reerguer. O próprio clube fez questão de parabenizá-lo pela campanha. "Obrigado pelas emoções Kylian. Nós estamos orgulhosos de você."

A Fifa também fez um texto para homenagear o atacante de somente 23 anos, segundo na história a fazer um hat-trick na final da Copa do Mundo e agora o maior artilheiro de decisões, com quatro gols – havia anotado uma vez nos 4 a 2 sobre a Croácia em 2018.

"Kylian deixou a sua marca nesta final, mas não uma marca completa. Agora o segundo maior artilheiro da história de seu país em Mundiais, Mbappé ficou a apenas um gol do recorde de Just Fontaine, que fez todos os seus 13 na Suécia 1958. Quinto jogador da história a marcar em duas finais diferentes (depois dos brasileiros Vavá e Pelé, do francês Zinedine Zidane e do alemão Paul Breitner), ele se tornou o segundo francês a terminar como artilheiro da competição, justamente após Fontaine", disse parte do texto da Fifa, que o previu como um dos gigantes da história da competição brevemente.

"Neste ritmo, com apenas 23 anos – completará 24 nesta terça-feira, 20 de dezembro – e somente duas participações em Copas, difícil não imaginar que, mais cedo ou mais tarde, Mbappé se aproximará ainda mais do recorde do alemão Miroslav Klose, de 16 gols. Ao ver as grandes atuações de jogadores como Lionel Messi (35 anos) e Ángel Di Maria (34 anos) na final deste domingo, é possível prever que o jovem francês jogue mais algumas Copas do Mundo no futuro. A história entre ele e a mais bela das competições certamente não acabou."

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