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‘Comida cru, pedras e cabelo’: estudantes do campus da USP em Piracicaba relatam má qualidade e falta de higiene em marmitas; empresa terceirizada nega

Alunos afirmaram já terem achado cabelo, unha e pedras nas refeições; Vigilância confirmou denúncias; Esalq providenciou marmitas em caráter emergencial aos alunos Cozinha que fornece marmitas para estudantes da USP de Piracicaba é interditada
Três dias após interdição da empresa terceirizada, responsável pelo fornecimento de cerca de 800 refeições diárias ao restaurante da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), o campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP) providenciou marmitas em caráter emergencial aos alunos, nesta segunda-feira (30), principalmente aos bolsistas e àqueles em condições de vulnerabilidade social.
Alunos relataram baixa qualidade dos alimentos e, alguns, não se espantaram com a interdição da cozinha da empresa responsável pelo fornecimento das marmitas.
A estudante Tainá Novaes conversou com a reportagem da EPTV, afiliada da Globo para região de Piracicaba nesta segunda, e afirmou que a comida vinha crua e sem condições de higien..

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Alunos afirmaram já terem achado cabelo, unha e pedras nas refeições; Vigilância confirmou denúncias; Esalq providenciou marmitas em caráter emergencial aos alunos Cozinha que fornece marmitas para estudantes da USP de Piracicaba é interditada
Três dias após interdição da empresa terceirizada, responsável pelo fornecimento de cerca de 800 refeições diárias ao restaurante da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq), o campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP) providenciou marmitas em caráter emergencial aos alunos, nesta segunda-feira (30), principalmente aos bolsistas e àqueles em condições de vulnerabilidade social.
Alunos relataram baixa qualidade dos alimentos e, alguns, não se espantaram com a interdição da cozinha da empresa responsável pelo fornecimento das marmitas.
A estudante Tainá Novaes conversou com a reportagem da EPTV, afiliada da Globo para região de Piracicaba nesta segunda, e afirmou que a comida vinha crua e sem condições de higiene. – Veja relatos no vídeo acima.
"Muitas vezes, achávamos cabelo e unha. Já achamos pedra. A carne e o arroz já vieram crus", afirma a universitária.
Nesta segunda-feira (30), a Vigilância Sanitária afirmou que recebeu duas denúncias, esteve no local onde as marmitas eram preparadas e constatou irregularidades. A empresa responsável nega as denúncias e afirma que uma nutricionista acompanha todo processo de produção dos alimentos fornecidos a Esalq.
Aluna Tainá Novaes relata más condições de higiene em marmitas fornecidas por empresa terceirizada ao campus da Esalq em Piracicaba
Reprodução/EPTV
A equipe da EPTV esteve no campus da USP na cidade na manhã desta segunda-feira (30) e conversou com alguns alunos sobre a situação. A estudante Mariane de Moura falou da insuficiência na quantidade de marmitas para atender a todos os que dependem da alimentação.
"Às vezes, não dá tempo de reservar e quando não conseguimos, realmente ficamos sem marmita porque existe um horário limite para retirar. As filas são muito grandes e eles não conseguem cobrir a demanda que temos", disse.
A universitária Aline Oliveira também narrou a baixa qualidade dos alimentos. "A comida não estava boa, o arroz sempre duro, o feijão bem seco. Não era uma marmita que conseguíamos comer", criticou.
André Pinheiro Almeida disse que não se surpreendeu com o fechamento da cozinha que fornece marmitas ao campus da Esalq
EPTV/Reprodução
Sem surpresas
O estudante André Pinheiro Almeida disse não ter sido surpreendido pela interdição da cozinha industrial que fornece as refeições para Esalq.
"Há vezes em que a qualidade é tão ruim que, mesmo com fome, não consigo continuar a comer. É por isso que, quando a cozinha que faz essas marmitas fechou, eu não fiquei nem um pouco surpreso", comentou.
Vigilância Sanitária
A Secretaria de Saúde, por meio do departamento de Vigilância Sanitária, esclarece que recebeu duas denúncias de que as refeições ofertadas pelo restaurante da Esalq/USP estariam sendo preparadas em local sem condições de higiene.
"A equipe da Vigilância Sanitária esteve no local e confirmou as irregularidades motivo pelo qual interditou o local por tempo indeterminado. A empresa responsável foi notificada e, assim que todas as medidas necessárias forem adotadas no local, bem como receber nova vistoria da VISA e novo alvará de funcionamento, a atividade poderá ser retomada no local", afirma em nota.
Esalq
Em nota, a Esalq afirma que enviou repetidas advertências a empresa responsável e que segue em "continuo esforço para fornecimento de alimentação, ao menos aos mais vulneráveis, a PUSP-LQ está adotando todas as providências possíveis, dentro da legalidade e com o devido senso de urgência e responsabilidade".
A instituição afirma ainda que foi realizado pregão para contratação de novo serviço de entrega de marmita, mas que não teve sucesso porque a empresa vencedora não apresentou a documentação completa e foi considerada inabilitada.
A Prefeitura do Campus da Esalq afirma ainda que os alunos bolsistas do Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (PAPFE) serão atendidos com entrega de marmitas, dentro do teto de despesas permitido pela legislação vigente.
Alunos da Esalq em Piracicaba durante protesto no campus contra a terceirização do restaurante universitário
Claudia Assencio/g1
Protestos
No início de maio, alunos realizaram atos pela melhora das condições de alimentação no campus. O grupo, que se intitula, GT Rucas, foi criado em assembleia geral dos estudantes da Esalq no final de março de 2022. Entre as principais reivindicações do movimento está o fim da terceirização do restaurante universitário, que funciona com prestação de serviços por empresas licitadas desde 2016. – Leia mais abaixo.
A Prefeitura do Campus da Esalq confirmou que os alunos não receberam as marmitas na sexta-feira (27). Em nota, afirmou que a cozinha fica fora da unidade de ensino superior e não pertence à USP, e disse trabalha pela retomada do serviço o mais breve possível.
"A cozinha, localizada fora do Campus e não pertencente à USP, é de responsabilidade da empresa licitada. Os alimentos servidos no Campus vinham sendo fiscalizados de acordo com as normas legais e com rigor, inclusive com a realização de análises laboratoriais. A Prefeitura do Campus está fortemente empenhada na busca de alternativas possíveis para o mais rápido restabelecimento do fornecimento de alimentação aos alunos", disse a Esalq no documento.
Alunos durante atos pela qualidade da alimentação no campus da USP em Piracicaba e fim da terceirização do restaurante universitário
Claudia Assencio/g1
Restaurante Universitário: alunos pedem fim da terceirização
No último dia 5 de maio de 2022, alunos dos cursos de graduação e pós-graduação da Esalq se reuniram em frente ao portão principal do campus da USP em Piracicaba. Por cerca de 10 minutos, o acesso aos carros ficou bloqueado pelo grupo, que seguram faixas e cartazes pedindo o fim da terceirização no Restaurante Universitário (RU) na unidade.
Em seguida, partiram em caminhada até a portaria que leva o nome da Universidade. Em uma das faixas, levadas pelos alunos em passeata até o prédio da Prefeitura do Campus da USP em Piracicaba, havia os dizeres "A pós e a graduação têm fome".
Universitários que moram na Casa do Estudante da USP de Piracicaba dependem da alimentação fornecida pela instituição
Claudia Assencio/g1
O grupo informou ao g1 que as marmitas são de baixa qualidade, já tendo sido encontrado insetos nos embrulhos. Uma sindicância foi aberta para investigar o caso.
A estudante do 4º ano do curso de Engenharia Agronômica, Stefany Correa, de 21 anos, mora da Casa do Estudante. Como a jovem, outros universitários dependem do fornecimento das marmitas. A situação dos alunos, segundo o grupo, ficou ainda mais difícil durante a pandemia de Covid-19.
"Desde o início da pandemia, o Restaurante Universitário está fechado. Estamos no alimentando com as marmitas da empresa terceirizada", contou.
Estudantes universitários reclamam que não há marmitas suficientes para todos os alunos e afirmam precisar sair das aulas mais cedo para garantir alimentação
Claudia Assencio/g1
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