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EDUCAÇÃO G1

De sala de leitura a biblioteca comunitária, conheça histórias que marcam o Dia Nacional do Livro

Reportagem especial do g1 traz depoimentos de pessoas que foram impactadas pela literatura e que geraram transformações no cotidiano em que vivem, em Presidente Prudente (SP). Sala da Escola Estadual Dr. José Foz realiza projetos de incentivo à leitura
Isabela Gomes/g1
Livros grandes, pequenos, físicos, digitais, com diferentes tipos de gramatura, diagramação e capas. Para aqueles que têm o hábito de leitura, termos como esses não assustam, pelo contrário, promovem conexões entre os leitores e discussões sobre os temas.
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No Dia Nacional do Livro, comemorado em 29 de outubro, o g1 mostra nesta reportagem especial três histórias que envolvem muito mais do que preferências literárias, mas o impacto que a leitura gera na realidade daqueles que se dispõem a experimentar.
Espaço da sala de leitura na Escola Estadual Dr. José Foz, em Presidente Prudente (SP)
Isabela Gomes/g1
Próxima parada: sala de leitura 💡
Autor de um dos li..

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Reportagem especial do g1 traz depoimentos de pessoas que foram impactadas pela literatura e que geraram transformações no cotidiano em que vivem, em Presidente Prudente (SP). Sala da Escola Estadual Dr. José Foz realiza projetos de incentivo à leitura
Isabela Gomes/g1
Livros grandes, pequenos, físicos, digitais, com diferentes tipos de gramatura, diagramação e capas. Para aqueles que têm o hábito de leitura, termos como esses não assustam, pelo contrário, promovem conexões entre os leitores e discussões sobre os temas.
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No Dia Nacional do Livro, comemorado em 29 de outubro, o g1 mostra nesta reportagem especial três histórias que envolvem muito mais do que preferências literárias, mas o impacto que a leitura gera na realidade daqueles que se dispõem a experimentar.
Espaço da sala de leitura na Escola Estadual Dr. José Foz, em Presidente Prudente (SP)
Isabela Gomes/g1
Próxima parada: sala de leitura 💡
Autor de um dos livros mais conhecidos do Brasil, “O Picapau Amarelo” (1939), Monteiro Lobato (1882-1948) dizia que “quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele”, e trazendo o pensamento para o contexto dos alunos da Escola Estadual Dr. José Foz, na Vila Marcondes, em Presidente Prudente (SP), pode-se dizer que os estudantes “quase” vivem a frase na prática, mas ao invés de morar em um castelo, passam grande parte do tempo na sala de leitura.
O espaço literário da instituição é coordenado pela professora Tânia Neves, de 53 anos, que promove projetos e desenvolve a leitura de forma leve e divertida com os acadêmicos.
Professora Tânia Neves realiza projetos de leitura na Escola Estadual Dr. José Foz
Isabela Gomes/g1
Segundo Tânia, iniciativas como roda de leitura, clube do livro, passeios no Centro Cultural Matarazzo, bate-papo com autores, teatros e até competições já foram realizadas na escola, gerando resultados e memórias na vida daqueles que participaram.
“A ideia dos projetos surgiu através de parcerias com o Centro Cultural Matarazzo e também dos alunos, dependendo da obra que era feita, eles eram os próprios protagonistas e se prontificavam a fazer o que fosse preciso dependendo do tema da obra. Eu sou apenas a mediadora, o restante eles que fazem, e são tantas ideias criativas que saem da cabeça deles”, destacou.
Bate-papo com a contadora de histórias Rita de Cássia Nespoli
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“Uma lembrança que me marcou foi em 2017, quando nós ganhamos o primeiro lugar no projeto de rádio novela (confira a gravação aqui), competindo com sete diretorias participantes do Estado de São Paulo. Todos nós fizemos com muito amor e dedicação, saiu muito além do que estávamos imaginando”, exemplificou.
Alunos da Escola Estadual Dr. José Foz ao lado do autor Ricardo Azevedo
Cedida
“Os livros têm uma importância inestimável na nossa vida, oferecendo benefícios que se estendem além da simples aquisição de conhecimento. Os livros são portais para novos mundos, ideias e perspectivas, enriquecendo nossa vida intelectual, emocional e social, e aqui na sala de leitura não é diferente”, concluiu ao g1.
Alunos da Escola Estadual Dr. José Foz participam de projeto no Centro Cultural Matarazzo
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Leitura também é cultura 🎭
A publicitária e fotógrafa Sarah Campos Bratfisch, de 23 anos, foi uma das alunas de Tânia e fez parte dos primeiros projetos da sala de leitura. Desde a 5ª série do ensino fundamental até o 1º ano do ensino médio, a profissional recorda dos momentos em que viveu ao lado dos amigos e da diferença que os livros fizeram na vida dela.
“A sala de leitura foi um lugar muito acolhedor, um espaço em que eu e meus amigos íamos no intervalo, depois de comer, aí a gente descia lá, pegava alguns livros e ficava conversando com a Tânia. Depois que reformaram, colocaram novas prateleiras, pintaram e instalaram o ar condicionado, aí que deu vontade de ficar ainda mais lá (risos) ”, relembrou.
Em alusão ao Dia do Índio, alunas participaram de projeto cultural
Cedida
“Todas as atividades que tinham na escola e que a Tânia me pedia para fazer, desde me vestir de índia, como no Dia do Índio, até fazer alguma apresentação de Emília sobre as histórias de Lobato, eu sempre participava e gostava de ajudar. Hoje me vejo e penso sobre como consegui fazer tanta coisa, tenho muita saudade daquela época”, explicou ao g1.
“Eu sempre tive o hábito de ler gibis, e na escola eu tinha a oportunidade de pegar livros que ainda não conhecia emprestado. Outro lugar que também me incentivou na leitura foi a biblioteca do Centro Cultural Matarazzo, nossa, eu peguei muitos livros lá, devolvia e pegava mais”, pontuou.
Alunos realizavam apresentações sobre os livros do autor Monteiro Lobato nas salas de aulas
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“Hoje em dia, eu continuo gostando de ler. tenho meus livros em casa e acredito que o gosto pela leitura veio por meio da sala de leitura e de todo o incentivo que eu tive, foi o pontapé para que agora na vida adulta eu pudesse ler cada vez mais”, finalizou.
Sarah Campos, na ponta do lado direito, vestida da personagem Emília, na Escola Estadual Dr. José Foz
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Virando a página 📖
Os livros possuem chaves que abrem portas aos leitores. Nem sempre o acesso ao destino é imediato, porém, ao longo da história e, com uma dose de criatividade, o leitor começa a imaginar como seria, por exemplo, estar no lugar exato da narrativa, vivenciando as situações da trama e participando de todo o contexto literário.
Escritor mirim Eduardo Silva Muraro, de 12 anos, possui três obras infantis lançadas
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Para o escritor mirim Eduardo Silva Muraro, de 12 anos, a leitura já lhe possibilitou chegar a muitos lugares imaginários, inclusive até a lua, em que estava acompanhado de uma cachorrinha aventureira que desbravava o espaço e que, posteriormente, virou tema de uma das obras autorais dele.
Responsável pela escrita de três livros que envolvem muita aventura, diversão e conscientização, a criança descobriu na leitura o prazer de passar o tempo desenvolvendo a criatividade e o aprendizado.
Eduardo, de 12 anos, no evento de lançamento do primeiro livro ao lado dos pais
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“Para mim, os livros são muito importantes, me ajudam a ter mais ideias no meu dia a dia. Já li diversas obras, mas a minha favorita (além das que eu mesmo escrevi) se chama ‘A noite do meteoro’ (2021), gosto bastante”, ressaltou Eduardo.
O escritor mirim diz que a sensação de ter escrito três livros é de felicidade e que, durante o processo de tratamento do câncer da mãe, Juliane Muraro, de 45 anos, a leitura faz com que ele consiga enxergar a vida de uma forma especial, e que quando ele lê para um livro para ela, a mãe fica muito animada.
De sala de leitura a biblioteca comunitária, histórias marcam o Dia Nacional do Livro
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“Eu acredito que a leitura é essencial para a educação do Eduardo, ajuda a estimular sua curiosidade, expandir seu vocabulário e desenvolver sua criatividade. Desde pequeno, ele sempre gostou de ouvir histórias, então, os livros sempre estiveram presentes na sua vida, principalmente nas famosas leituras na hora de dormir, que ocorriam repetidas vezes em casa”, afirmou Juliane ao g1.
Biblioteca Comunitária 📚
Além do incentivo que Juliane oferece para Eduardo na escrita dos livros, a doutora em educação é uma das responsáveis pela organização da Biblioteca Comunitária no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, localizada no Centro de Uso Comunitário.
A sala conta com um acervo com mais de dois mil livros e possui capacidade para atender 25 crianças por vez.
Evento infantil na Biblioteca Comunitária, em Presidente Prudente (SP).
Cedida
“O acervo literário atende todas as faixas etárias, nas categorias literatura infantil, infantojuvenil, literatura brasileira, conhecimentos gerais, educação, autocuidado, religioso, enciclopédias, entre muitas outras”, exclamou.
“Há cinco anos, fui chamada para ajudar com os livros no Centro Comunitário, porém, naquele momento não tinha tempo para me dedicar ao projeto voluntário. Recentemente, tive a oportunidade de escrever um projeto para a Secretaria de Cultura do município, no qual fui contemplada pelo edital da Lei Paulo Gustavo e foi possível receber um recurso para viabilizar a instalação da biblioteca”, detalhou.
“O projeto da biblioteca é embrionário. Ainda não é possível realizar empréstimo de livros, pois é preciso fazer todo processo de catalogação do acervo primeiro, porém, pretendemos realizar ações com as crianças e o público que for atender com contação de histórias, clube do livro, oficinas e cursos livres com instituições parceiras”, finalizou.
Biblioteca Comunitária fica localizada no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, em Presidente Prudente (SP)
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Biblioteca Comunitária fica localizada no Conjunto Habitacional Ana Jacinta, em Presidente Prudente (SP)
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VÍDEOS: Tudo sobre a região de Presidente Prudente
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Sisu 2025: inscrições começam 17 de janeiro; veja cronograma

Assim como em 2024, as inscrições do Sisu só serão abertas em janeiro. Programa usa as notas do Enem para aprovar candidatos em universidades públicas. As notas do Enem são utilizadas no processo seletivo do Sisu.
Mateus Santos/g1
As inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2025 estarão abertas entre 17 de janeiro e 21 de janeiro, conforme edital publicado pelo Ministério da Educação (MEC) nesta quinta-feira (26). O resultado da chamada regular será divulgado no dia 26 de janeiro.
Assim como em 2024, o programa terá apenas uma edição — só em janeiro, sem o processo seletivo que usualmente acontecia nos meses de junho ou julho.
Por meio dessa etapa única, os candidatos poderão usar as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 para concorrer, em universidades públicas, a cursos cujas aulas começarão tanto no primeiro quanto no segundo semestre (entenda mais abaixo).
Tire suas dúvidas abaixo e veja o cronograma completo:
➡️Quem está apto a participar? Alunos que tenham ..

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Assim como em 2024, as inscrições do Sisu só serão abertas em janeiro. Programa usa as notas do Enem para aprovar candidatos em universidades públicas. As notas do Enem são utilizadas no processo seletivo do Sisu.
Mateus Santos/g1
As inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2025 estarão abertas entre 17 de janeiro e 21 de janeiro, conforme edital publicado pelo Ministério da Educação (MEC) nesta quinta-feira (26). O resultado da chamada regular será divulgado no dia 26 de janeiro.
Assim como em 2024, o programa terá apenas uma edição — só em janeiro, sem o processo seletivo que usualmente acontecia nos meses de junho ou julho.
Por meio dessa etapa única, os candidatos poderão usar as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 para concorrer, em universidades públicas, a cursos cujas aulas começarão tanto no primeiro quanto no segundo semestre (entenda mais abaixo).
Tire suas dúvidas abaixo e veja o cronograma completo:
➡️Quem está apto a participar? Alunos que tenham feito o Enem 2024 e tirado nota acima de zero na redação. Treineiros não serão aceitos.
➡️Poderei escolher em qual semestre vou entrar na faculdade? Não. Caberá à universidade, por meio da ordem da lista de classificação de candidatos, selecionar quem estudará em cada semestre. A classificação é determinada pelo desempenho de cada participante no Enem 2024.
➡️O programa possui cotas? Sim, e funciona da seguinte maneira:
Todos os candidatos concorrerão, primeiramente, às vagas de ampla concorrência.
Caso não alcancem as notas nesta modalidade e façam parte de algum dos grupos de cotas (os critérios são de raça e de renda), aí, sim, entrarão na disputa pelo benefício.
Com isso, se uma pessoa autodeclarada preta, por exemplo, tirar uma nota mais alta que a exigida na ampla concorrência, será aprovada na "lista geral" e não tirará a vaga de um cotista com desempenho mais baixo.
➡️Qual o cronograma?
Inscrições: 17 a 21 de janeiro
Resultados da 1° chamada: 26 de janeiro
Matrículas: 27 a 31 de janeiro
Manifestação de interesse na lista de espera: 26 a 31 de janeiro
5 cuidados para tomar ao se inscrever no Sisu

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Bombou no g1: questão do Enem 2024 sobre média de notas tirou paz dos estudantes durante a prova; relembre

Aparente falta de dados em um enunciado de matemática assustou participantes da prova. Bastava, no entanto, que os números fossem substituídos por incógnitas (como 'a', 'b' e 'c'). Questão de matemática do Enem 2024 viraliza nas redes sociais
Reprodução/Redes sociais
Histórias curiosas, personagens divertidos e casos virais. Neste mês de dezembro, o g1 reconta reportagens que foram sucesso entre os nossos leitores ao longo de 2024. Hoje é dia de relembrar sobre a questão do Enem 2024 sobre média de notas tirou paz dos estudantes durante a prova.
Essa reportagem foi originalmente publicada em novembro.
Relembre
“Isso é conteúdo de faculdade!”, “Como você quer que eu saiba?” e “Cadê o resto [da questão]?”. Essas foram algumas das manifestações de revolta de candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, no último domingo (10), diante de uma pergunta de matemática (⚪147 da prova cinza, 🟢155 da verde, 🔵137 da azul e 🟡164 da amarela).
Ela pedia qu..

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Aparente falta de dados em um enunciado de matemática assustou participantes da prova. Bastava, no entanto, que os números fossem substituídos por incógnitas (como 'a', 'b' e 'c'). Questão de matemática do Enem 2024 viraliza nas redes sociais
Reprodução/Redes sociais
Histórias curiosas, personagens divertidos e casos virais. Neste mês de dezembro, o g1 reconta reportagens que foram sucesso entre os nossos leitores ao longo de 2024. Hoje é dia de relembrar sobre a questão do Enem 2024 sobre média de notas tirou paz dos estudantes durante a prova.
Essa reportagem foi originalmente publicada em novembro.
Relembre
"Isso é conteúdo de faculdade!", "Como você quer que eu saiba?" e "Cadê o resto [da questão]?". Essas foram algumas das manifestações de revolta de candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, no último domingo (10), diante de uma pergunta de matemática (⚪147 da prova cinza, 🟢155 da verde, 🔵137 da azul e 🟡164 da amarela).
Ela pedia que os estudantes calculassem a média no boletim de uma pessoa, sem que nenhuma nota fosse divulgada no enunciado. A única informação disponível era a seguinte: quando o "personagem" fez a conta, dividiu o total por 5, e não por 4. E, com isso, chegou a um resultado que era uma unidade menor do que o correto.
Segundo professores de quatro cursinhos ouvidos pelo g1 (Anglo, pH, Poliedro e Professor Ferretto), essa questão não estava entre as 10 mais difíceis da prova. O que provavelmente desestabilizou os candidatos foi a aparente (e ilusória) falta de dados.
Abaixo, veja a resolução feita por Rodrigo Serra, professor de matemática do Colégio Oficina do Estudante:
Questão sobre média de notas viraliza nas redes: 'cadê o resto da pergunta?'
🖊️ Resposta: B.

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A radical teoria pós-quântica, que tenta responder o que Einstein não conseguiu

A Física moderna é baseada em dois pilares: a física quântica e a teoria da relatividade geral. O problema é que ambos são incompatíveis. 'A última palavra ainda não foi dita', disse Einstein sobre uma das maiores questões da Física moderna
Getty Images/via BBC
“Uma nova moda surgiu na Física”, queixou-se Albert Einstein no início da década de 1930.
Essa “moda” era nada menos que a física ou a mecânica quântica. A sua mera existência colocou em perigo a teoria da relatividade geral, a maior criação de Einstein, publicada em 1915.
“Se isso tudo for verdade, então significa o fim da Física”, chegou a dizer o famoso cientista.
O ponto aqui é que a física quântica e a relatividade geral são incompatíveis.
Quase 100 anos se passaram e nenhuma das duas teorias cancelou a outra. Na verdade, ambas formam os pilares de todos os avanços da Física moderna.
💡A física quântica provou repetidamente ser a melhor explicação do comportamento das menores partículas do universo, como elétrons,..

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A Física moderna é baseada em dois pilares: a física quântica e a teoria da relatividade geral. O problema é que ambos são incompatíveis. 'A última palavra ainda não foi dita', disse Einstein sobre uma das maiores questões da Física moderna
Getty Images/via BBC
"Uma nova moda surgiu na Física", queixou-se Albert Einstein no início da década de 1930.
Essa "moda" era nada menos que a física ou a mecânica quântica. A sua mera existência colocou em perigo a teoria da relatividade geral, a maior criação de Einstein, publicada em 1915.
"Se isso tudo for verdade, então significa o fim da Física", chegou a dizer o famoso cientista.
O ponto aqui é que a física quântica e a relatividade geral são incompatíveis.
Quase 100 anos se passaram e nenhuma das duas teorias cancelou a outra. Na verdade, ambas formam os pilares de todos os avanços da Física moderna.
💡A física quântica provou repetidamente ser a melhor explicação do comportamento das menores partículas do universo, como elétrons, glúons e quarks que constituem os átomos.
💡Por sua vez, a relatividade geral, que é a moderna teoria da gravidade, provou ser a melhor descrição de tudo o que acontece em grande escala, desde o funcionamento do Sistema Solar e dos buracos negros até a origem do universo.
No entanto, elas permanecem contraditórias entre si. Ou seja, as regras da relatividade geral funcionam perfeitamente para as galáxias, bem como para tudo o que nos rodeia e é visível: uma árvore, um gato, uma pérola…
Porém, assim que analisamos o comportamento de algo tão pequeno como um átomo, tudo muda.
Os pesquisadores não conseguem nem usar a mesma Matemática para explicar uma teoria e outra.
De alguma forma, a natureza consegue fazer com que os dois sistemas coexistam — mas a Ciência ainda não fez o mesmo.
Para muitos, esta incompatibilidade é a maior questão sem resposta da Física.
Einstein e milhares de outros pesquisadores em todo o mundo procuraram criar uma teoria que unisse a física quântica e a relatividade geral.
É o que muitos chamam de "teoria de tudo", um nome tão atraente que virou título do premiado filme biográfico de Stephen Hawking, um dos renomados cientistas que tentaram — também sem sucesso — encontrar o "Santo Graal" da Física.
Agora, uma nova teoria propõe uma virada radical nesta charada secular.
Seu nome, porém, é menos mercadológico: ela é chamada de teoria pós-quântica da gravidade clássica e é liderada pelo físico Jonathan Oppenheim, do Instituto de Ciência e Tecnologia Quântica da Universidade College London (UCL), no Reino Unido.
Trata-se de algo tão revolucionário que mesmo alguns dos seus detratores reconhecem que essa é a primeira abordagem verdadeiramente original a surgir em pelo menos uma década.
Há mais de 100 anos vivemos num universo cujas bases foram estudadas e definidas por Einstein
Getty Images/via BBC
A quarta força fundamental
Embora possa parecer contraditório, um dos aspectos mais inovadores da teoria de Oppenheim é o termo "clássico" em seu nome.
Até agora, a abordagem predominante para resolver a incompatibilidade entre a física quântica e a relatividade geral envolve modificar o último sistema para ajustá-lo ao primeiro.
É o que os físicos chamam de "quantização", porque no final ela se converte numa teoria quântica.
"Quantizar" a relatividade geral faz ainda mais sentido se pensarmos que é algo que os cientistas já conseguiram fazer com as outras três forças fundamentais que governam o universo: a força nuclear fraca, a força nuclear forte e a força eletromagnética.
Mas eles simplesmente não conseguiram fazer o mesmo com a gravidade — e não foi por falta de tentativa.
"É um problema matemático muito difícil", contextualiza Oppenheim à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
"Mas também é conceitualmente complicado, porque essas duas teorias têm diferenças tão fundamentais que é muito difícil conciliá-las."
Ele explica: "Quase todas as tentativas assumiram que devemos 'quantizar' a gravidade. A minha sensação sobre a razão pela qual essa tarefa tem sido tão difícil é que talvez não seja possível e que apontamos para a coisa errada."
Por isso, o pesquisador e a equipe dele decidiram mudar o foco e "modificar um pouco, ou muito, a teoria quântica, para que esses dois sistemas possam se encaixar".
Na nova teoria, publicada em dezembro de 2023 nas revistas Nature Communications e Physical Review X, a relatividade geral continua a ser uma teoria não quântica, ou clássica.
A física Sabine Hossenfelder, do Centro de Filosofia Matemática de Munique, na Alemanha, que não fez parte da pesquisa da UCL, diz à BBC News Mundo que a ideia de Oppenheim "é muito legal".
"É muito raro neste campo ver nascer uma nova ideia", observa a especialista.
Hossenfelder fez parte de um comitê que revisou a teoria há seis anos e, embora a achasse interessante, considerou que ela era "muito especulativa, imatura e vaga".
"Tinha tantas pontas soltas que parecia que poderia falhar completamente, por isso fiquei muito impressionada quando vi o que saiu vários anos depois, porque abordava quase todos esses pontos levantados", diz ela, que esclarece com um sorriso "sempre ter algo a comentar e a observar".
Dois conceitos básicos e um 'inaceitável'
O tecido (quadriculado branco na ilustração), que representa o espaço-tempo, deformado por uma bola (em amarelo), que faz alusão a uma estrela como o Sol
BBC
Uma bola de menor massa (em verde) acompanha a curvatura do tecido quadriculado causada pela maior (em amarelo), como acontece com a Terra em relação ao Sol
BBC
Antes de seguir a explicação sobre a teoria de Oppenheim, é importante compreender o conceito básico da relatividade geral e uma das características da física quântica que mais perturbou Einstein.
O que Einstein fez para revolucionar a Ciência em 1915 foi definir a gravidade como "uma deformação do espaço-tempo".
A maneira mais fácil de compreender esse conceito é pensar em um trampolim onde colocamos uma bola pesada — por exemplo, uma bola de bilhar.
Quando uma coisa dessas acontece, o tecido afunda no local onde a bola está.
Agora, imagine jogar nesse mesmo trampolim uma bola mais leve (uma bola de gude), e tentar fazê-la girar na borda da curvatura do tecido relacionada ao peso da bola mais pesada.
O que acontece é que a bola de gude vai se mover em círculos cada vez menores, aproximando-se da bola de bilhar.
Segundo a teoria da relatividade geral, isso não acontece porque a bola de bilhar exerce sobre a bola de gude uma força de atração invisível, mas porque o formato do tecido — ou melhor, a sua deformação — a obriga a fazer essa curvatura.
Na teoria de Einstein, o espaço-tempo faz a mesma coisa de forma quadridimensional — de modo que a Terra gire em torno do Sol, por exemplo.
Oppenheim explica que, na teoria pós-quântica da gravidade clássica "o espaço-tempo se mantém como aquele tecido em que vivem as partículas quânticas, tal como Einstein concebeu".
O que muda é que o espaço-tempo incorpora o acaso da física quântica, característica que deu origem a uma das frases mais famosas de Einstein: "Deus não joga dados."
Einstein acreditava que faltava informação na "moda" da física quântica, mas o que décadas de estudos têm mostrado é que a aleatoriedade não se deve a um erro na teoria ou a uma falha nas medições, mas a uma característica inerente ao comportamento das partículas fundamentais.
Oppenheim e sua equipe unem a física quântica e a relatividade geral, tornando o espaço-tempo também inerentemente aleatório.
"Ainda temos essa aleatoriedade na teoria quântica, mas ela é mediada pelo próprio espaço-tempo", explica o físico.
Em outras palavras, o próprio tecido começa a apresentar oscilações aleatórias.
Isto é algo "inaceitável" para muitos dos seus colegas — e é provável que Einstein também pensasse o mesmo.
"A estrutura aleatória do espaço-tempo é o que, em certo sentido, lança os dados na teoria quântica", compara Oppenheim, parafraseando Einstein.
'Ganha-ganha'
"Cada vez que você propõe uma nova teoria, é preciso fazer uma série de verificações para ver se ela é consistente com as observações", explica Oppenheim.
"E é emocionante que esta teoria faz previsões que podem ser testadas experimentalmente."
"Ao levar em conta que esta teoria exige que o espaço-tempo tenha flutuações, podemos busca-las", acrescenta ele.
Para isso, os pesquisadores propõem medir o peso de uma massa com extrema precisão e verificar se ela é constante ou se apresenta certas oscilações.
Por exemplo, o Escritório Internacional de Pesos e Medidas, localizado na França, pesa rotineiramente um objeto que foi usado para criar o padrão mundial do que é hoje considerado exatamente um quilo.
Ao utilizar novas tecnologias de medição quântica, de acordo com a teoria pós-quântica da gravidade clássica, o peso do referido objeto deixaria de ser um quilo e se tornaria imprevisível.
"Se encontrarmos as flutuações, provaremos que a teoria é verdadeira e, se não as encontrarmos, conseguiremos refutá-la", diz Oppenheim.
"Isso é particularmente emocionante", confessa ele.
Mas há ainda mais coisas a descobrir.
Oppenheim entende que a nova teoria poderia responder a outra das grandes incógnitas da Física moderna: o que são a matéria escura e a energia escura.
Para entender a importância disso, é primeiro antes saber o que esses conceitos são (e não são).
Todos os planetas, estrelas e objetos cósmicos visíveis são feitos da chamada matéria normal. Juntos, eles representam cerca de 5% do universo.
Os 95% restantes ainda são um mistério — e por isso são chamados de matéria escura e energia escura.
Se nos estudos para verificar a nova teoria, as flutuações forem suficientemente intensas, elas "seriam candidatas muito fortes para o que pensamos ser matéria escura e energia escura", segundo Oppenheim.
"Isso explicaria 95% da evolução do Universo, o que representaria um grande impacto", complementa o pesquisador.
Por sua vez, Hossenfelder destaca que a equipe da UCL desenvolveu uma Matemática completamente nova para esta teoria e afirma que a mera existência desses trabalhos pode ser útil para outros fins.
Em suma, a história da Ciência está repleta de pesquisas que tiveram aplicações inesperadas.
O próprio Einstein, aliás, acendeu a centelha que levou à física quântica — a qual ele renunciou até o fim da vida.
"Se houvesse algo que pudesse confirmar que estas previsões são verdadeiras, isso seria muito interessante e certamente atrairia diversas pessoas para observá-las mais de perto", considera Hossenfelder.
Mas a teoria só foi publicada há um ano — e derrubar décadas de consenso científico baseados nos estudos encabeçados por Einstein não será fácil.
Hossenfelder é cética sobre a nova teoria — algo que, na opinião dela, a coloca numa posição de "ganha-ganha".
A cientista ganha se estiver certa no ceticismo dela. Mas também ganha se estiver errada, porque isso significaria que ela — e todos nós — testemunhamos em vida o nascimento de uma nova revolução da Física.
*Com reportagem de Max Seitz.
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