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Enem 2024: estudante do AP que perdeu a avó no dia do exame enfrentou 16h de viagem

Eduardo dos Santos veio do Arquipélago do Bailique com um grupo de 80 estudantes para fazer as provas do Enem em Macapá. Estudante do Amapá perdeu a avó no dia da prova do Enem
Josi Paixão/g1
O jovem Eduardo Sarges dos Santos, de 18 anos, enfrentou 16h de viagem da Vila Progresso, no Arquipélago do Bailique até a capital do Amapá, para fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos dias 3 e 10 de novembro em todo o país.
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Eduardo contou ao g1 que a preparação para o exame foi complicada por causa da falta de estrutura na região – a população enfrenta a erosão, seca e salinização – mas, o que realmente o abateu foi perder a avó no primeiro dia da prova.
“Eu tive um grande privilégio de poder conviver com ela, de compartilhar um pouco da minha vida com ela, muitas das coisas que eu sei, eu aprendi com ela, que tava sempre alí me apoiando, me ensinando, fazendo com que eu fosse uma pessoa sempre melhor. Ela é uma pessoa que eu se..

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Eduardo dos Santos veio do Arquipélago do Bailique com um grupo de 80 estudantes para fazer as provas do Enem em Macapá. Estudante do Amapá perdeu a avó no dia da prova do Enem
Josi Paixão/g1
O jovem Eduardo Sarges dos Santos, de 18 anos, enfrentou 16h de viagem da Vila Progresso, no Arquipélago do Bailique até a capital do Amapá, para fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos dias 3 e 10 de novembro em todo o país.
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Eduardo contou ao g1 que a preparação para o exame foi complicada por causa da falta de estrutura na região – a população enfrenta a erosão, seca e salinização – mas, o que realmente o abateu foi perder a avó no primeiro dia da prova.
"Eu tive um grande privilégio de poder conviver com ela, de compartilhar um pouco da minha vida com ela, muitas das coisas que eu sei, eu aprendi com ela, que tava sempre alí me apoiando, me ensinando, fazendo com que eu fosse uma pessoa sempre melhor. Ela é uma pessoa que eu sempre admirei por ser muito guerreira, uma pessoa que tinha muito conhecimento. Eu queria ter tido a oportunidade de me despedir, porque quando ela se foi, eu já estava em viagem pra Macapá, pra fazer a prova. Queria dar um último abraço, falar pela última vez com ela", lamentou o estudante.
Além dessa triste notícia, antes do falecimento da avó, o estudante também perdeu uma prima – uma semana antes de viajar para Macapá – , que morava em uma fazenda, localizada em uma área que depende da maré para conseguir navegar. A seca dos rios na região e o assoreamento prejudicaram o acesso ao atendimento médico.
"Ela era alérgica a picadas de insetos e infelizmente foi difícil conseguir logo atendimento médico, a situação dela se agravou e ela acabou não resistindo", disse Eduardo.
Mesmo em meio às dificuldades, o estudante tem esperança que vai conseguir se sair bem na prova. Ele acredita que a força de vontade e a busca por ser alguém melhor podem ajudar a vencer os obstáculos.
"Lá, realmente dá pra ver o esforço e o empenho dos professores e de todos os profissionais da escola pra dar um ensino melhor, uma aula de qualidade, sempre buscando nos elevar a um nível a mais, nos preparar mesmo e nos ajudar. Não achei que a prova estava tão difícil, alguns temas, questões deu pra ter noção porque nós já tínhamos visto algo parecido nas aulas", explicou.
Eduardo pretente cursar Biologia e com o curso, conseguir ajudar a comunidade onde mora.
Estudante do Amapá perdeu a avó no dia da prova do Enem 2024
Josi Paixão/g1
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Arquipélago do Bailique
O lugar fica localizado na Foz do Rio Amazonas e enfrenta atualmente a seca dos rios e também a salinização das águas. Tanto que os moradores se reuniram para 'cavar' alguns pontos, para que barcos possam seguir viagem.
Entre as comunidades mais afetadas estão: Ponta da Esperança, Capinal, Arraio, Livramento, Ilha das Marrequinhas, Equador, Campos do Jordão, Maranata, Igaçaba, Ponta do Bailique, Igarapé do Meio, Franquinho, Macedônia, Progresso e Freguesia.
Segundo moradores da região, as 56 comunidades estão sendo impactadas diretamente por conta da estiagem e do assoreamento dos igarapés.
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