Universidade tem milhares de estudantes de mais de 140 países, principalmente de China, Canadá, Índia, Coreia do Sul e Reino Unido. 160 brasileiros estão matriculados na instituição atualmente. Donald Trump quer proibir estudantes estrangeiros de estudar em Harvard
Jornal Nacional/ Reprodução
A Universidade Harvard está sob o risco de perder mais de um quarto de seus alunos no ano letivo de 2025-2026 caso o presidente Donald Trump consiga revogar o direito da universidade de receber estudantes estrangeiros.
Atualmente, 27,2% dos alunos de Harvard não são americanos. Ao todo, são 6.793 alunos de mais de 140 países. Destes, 160 estudantes são brasileiros, matriculados em cursos de graduação ou pós.
Os países com mais estudantes na universidade são China, Canadá, Índia, Coreia do Sul e Reino Unido.
A faixa de estrangeiros no corpo discente vem crescendo regularmente nas últimas décadas, e passou de 19,6% em 2006 para 27,2% em 2024.
Nº de estudantes estrangeiros em Harvard
Com uma fatia tão significativa de alunos internacionais, a faculdade, considerada uma das melhores do mundo, luta contra as sanções impostas por Trump.
Agora, além de querer proibir que Harvard receba estudantes estrangeiros para o próximo ano letivo, o presidente americano também está ameaçando cortar mais de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 17 bi) de subsídios federais da universidade.
Entenda o embate entre Trump e Harvard
Harvard se tornou alvo de Trump desde que estudantes organizaram protestos contra a guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023. Na ocasião, outras instituições também sediaram protestos, e Trump prometeu em campanha que iria reprimir atos pró-Palestina se eleito.
Desde que assumiu seu segundo mandato, em janeiro deste ano, o presidente americano vem impondo sanções e forçando mudanças organizacionais nas universidades do país, pressionado uma agenda política mais alinhada à sua.
Harvard tem se negado a atender quaisquer exigências feitas pelo governo federal — como mudanças nos critérios de contratações, admissões e ensino, e a eliminação de políticas de igualdade —, o que tem resultado em uma série de retaliações à instituição.
Em março, a administração do governo de Donald Trump declarou que iria revisar mais de US$ 255 milhões em contratos entre a Universidade Harvard e o governo federal, e examinaria outros US$ 8,7 bilhões em compromissos de subsídios para Harvard e suas afiliadas.
Segundo o governo a medida fazia parte de uma força-tarefa contra o antissemitismo, e buscava garantir que a universidade estivesse cumprindo as leis de direitos civis.
Em abril, Trump anunciou o congelamento de US$ 2,3 bilhões (R$ 13,1 bilhões) em subsídios e contratos com a universidade, depois que a faculdade rejeitou uma lista de exigências da Casa Branca.
Agora, o presidente quer revogar a autorização da instituição para matricular estudantes internacionais. A medida de Trump prevê que os alunos estrangeiros deverão se transferir para outras instituições de ensino do país.
O Departamento de Segurança Interna dos EUA acusa Harvard de criar um ambiente inseguro no campus e de permitir que agitadores pró-terroristas cometessem assédio e agressões, inclusive contra estudantes judeus. O governo de Donald Trump também acusa a universidade de hospedar e treinar integrantes de um grupo paramilitar do Partido Comunista chinês.
Para a Casa Branca, receber estudantes estrangeiros não é um direito das universidades norte-americanas, mas sim um privilégio que pode ser retirado.
A medida é considerada a maior escalada na turbulenta relação entre Trump e a universidade, que foi a primeira a desafiar abertamente o atual governo dos EUA.
Por ora, a Justiça derrubou proibição de Trump a alunos estrangeiros na universidade. Segundo a juíza da ação, a proibição durará até que as duas partes apresentem sua acusação e defesa.
Número de estudantes estrangeiros nos EUA dobrou
O número de estudantes estrangeiros em instituições de ensino superior dos Estados Unidos vem aumentando nas últimas décadas, e chegou ao dobro do que era em 2000, passando de 511.204 para 1.020.378.
Atualmente, as instituições americanas com maior número de estudantes estrangeiros são a Universidade de Nova York, a Universidade Northeastern de Boston e a Universidade Columbia.
Universidades dos EUA com mais estudantes estrangeiros
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