Em declaração nesta quarta (28), o secretário de Estado, Marco Rubio, disse que parte dos impactados serão os estudantes que possuem ligação com o Partido Comunista Chinês e aqueles que estudam em 'áreas críticas'. Bandeiras dos EUA e da China tremulam em Pequim
Tingshu Wang/Reuters
O governo de Donald Trump vai começar a cancelar os vistos de estudantes chineses, segundo declaração do secretário de Estado, Marco Rubio, festa nesta quarta-feira (28).
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"O Departamento de Estado trabalhará com o Departamento de Segurança Interna para revogar agressivamente os vistos de estudantes chineses", disse ele.
De acordo com Rubio, parte dos impactados inclui alunos que possuem ligação com o Partido Comunista Chinês e aqueles que estudam em 'áreas críticas'. O secretário não especificou quais cursos entram no que a administração classifica como crítico.
Segundo a Reuters, o número de estudantes internacionais chineses nos EUA caiu para cerca de 277.000 em 2024, em comparação com o pico de aproximadamente 370.000 em 2019. O movimento foi impulsionado, em parte, pelo aumento das tensões entre as duas maiores economias do mundo e pela maior vigilância do governo dos EUA sobre alguns estudantes chineses.
Além da medida que afeta os estudantes, os departamentos americanos também vão passar a revisar os critérios de concessão de vistos para aumentar o rigor na análise de todas as futuras solicitações de viajantes da China e de Hong Kong.
Trump x estudantes estrangeiros
Harvard se nega a cumprir exigências de Trump, e mais de US$ 2 bi em recursos congelados
Nesta terça (27), a Reuters divulgou que Trump ordenou que todos os consulados dos EUA no mundo interrompam a concessão de vistos de estudantes.
A TV Globo confirmou com fontes do governo americano no Brasil que os processos estão suspensos. A Embaixada dos EUA no país já começou a orientar estudantes a procurarem os consulados locais.
Até a última atualização desta reportagem, o governo dos Estados Unidos ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre a decisão.
De acordo com o site "Politico", uma fonte da diplomacia americana afirmou que Washington também está considerando passar a analisar as redes sociais de todos os solicitantes desse tipo de visto — necessário para quem pretende fazer qualquer curso nos Estados Unidos, desde intercâmbio até programas universitários.
Como a nova diretriz ainda está em análise, o Departamento de Estado determinou a suspensão temporária do processo de emissão novos vistos de estudos.
Um comunicado interno foi enviado a todos os consulados dos EUA — responsáveis pela concessão de vistos — orientando que não sejam realizadas entrevistas com os candidatos, última etapa do processo de solicitação do visto de estudos.
Conflito do governo dos EUA com Harvard
As últimas movimentações sobre os vistos de estudantes estrangeiros ocorrem dias depois de o governo dos EUA proibir a Universidade Harvard, a mais prestigiosa do país, de ter alunos estrangeiros, na maior escalada entre Washington e a universidade, que vem se negando a adotar medidas exigidas pela gestão Trump.
A proibição, que afetaria cerca de 7.000 estudantes estrangeiros — um em cada quatro alunos da universidade —, foi anunciada na quinta-feira (23) pelo Departamento de Segurança Interna.
No dia seguinte, o Tribunal Federal de Boston suspendeu a decisão após uma queixa apresentada pela direção da universidade.
Na ação judicial, Harvard afirmou que a medida do governo poderia provocar “efeitos devastadores” sobre a vida dos estudantes internacionais, que dependem do visto para permanecer legalmente no país.
“Sem seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard”, disse a instituição, que tem 389 anos. “Com um golpe de caneta, o governo tentou apagar um quarto do corpo estudantil de Harvard — estudantes que contribuem significativamente para a universidade e sua missão.”
A universidade também classificou a decisão como uma “violação flagrante” da Primeira Emenda da Constituição dos EUA, além de outras leis federais.
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Ken Cedeno/Reuters
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