Conecte-se Conosco

Saiba mais

Menopausa, cabelos de menos e pelos indesejados: o que fazer?

O declínio da produção de estrogênio, o hormônio protetor feminino, afeta os fios e as unhas A médica Paula Raso, dermatologista titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e especialista em cabelos
Mariza Tavares
A queda na produção do estrogênio, o hormônio protetor feminino, é um golpe para as madeixas: o número de camadas de queratina depositadas sobre cada fio vai sendo desfalcado e as células dos folículos se tornam menos ativas, deixando os cabelos finos e quebradiços. Por outro lado, é comum que as mulheres se vejam às voltas com indesejáveis pelos faciais. Pode ser um duro golpe para a autoestima e, para lidar com essas mudanças, conversei com a médica Paula Raso, dermatologista titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e especialista em cabelos.
Por que os cabelos ficam ressecados e caem em maior quantidade na menopausa?
Durante o climatério, que compreende a transição do período reprodutivo feminino para o não reprodutivo, o declínio na produção do estrogênio prov..

Publicado

em


O declínio da produção de estrogênio, o hormônio protetor feminino, afeta os fios e as unhas A médica Paula Raso, dermatologista titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e especialista em cabelos
Mariza Tavares
A queda na produção do estrogênio, o hormônio protetor feminino, é um golpe para as madeixas: o número de camadas de queratina depositadas sobre cada fio vai sendo desfalcado e as células dos folículos se tornam menos ativas, deixando os cabelos finos e quebradiços. Por outro lado, é comum que as mulheres se vejam às voltas com indesejáveis pelos faciais. Pode ser um duro golpe para a autoestima e, para lidar com essas mudanças, conversei com a médica Paula Raso, dermatologista titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e especialista em cabelos.
Por que os cabelos ficam ressecados e caem em maior quantidade na menopausa?
Durante o climatério, que compreende a transição do período reprodutivo feminino para o não reprodutivo, o declínio na produção do estrogênio provoca uma alteração na fisiologia da pele e dos cabelos. Há uma diminuição da atividade das glândulas sebáceas, o que reduz a oleosidade do couro cabeludo, tendo como consequência o ressecamento da fibra capilar. É uma fase na qual as mulheres também se submetem à coloração constante, o que contribui para o dano da fibra capilar: o cabelo se torna mais poroso e suscetível à quebra. Há ainda uma alteração do ciclo normal do folículo piloso, que afeta a produção dos fios. Eles se tornam mais finos e com menor densidade, e a questão é mais relevante em mulheres com tendência genética à calvície. Vale lembrar que há vários tipos de queda e, para cada uma, existe um tratamento específico. O eflúvio telógeno crônico, por exemplo, é caracterizado pela alteração do relógio do ciclo do cabelo; já a alopecia senil seria uma forma de exaustão dos nossos folículos pilosos. E existe um tipo de queda de cabelo cicatricial, isto é, que não pode ser revertida, que é mais rara mas cuja frequência vem aumentando: trata-se da alopecia fibrosante frontal. Surge com a menopausa e precisa ser tratada precocemente para não haver perda irreversível dos fios. Muitas pacientes chegam ao consultório com um quadro avançado do problema porque não tiveram o diagnóstico correto no início.
Que tratamentos estão disponíveis para melhorar a situação?
Cuidar da fibra do cabelo é de fundamental importância nesta fase em que os fios estão fragilizados por química e pela diminuição do crescimento. Usar xampu com alto grau de detergência pode ressecar ainda mais. Também observo mulheres usando xampus de bebê, que não são adequados para essa idade. Alguns não têm pH adequado, ou agentes condicionantes. Costumo dizer que os cuidados têm que ser equivalentes aos dispensados a um delicado vestido de seda. Tenho algumas recomendações que, na prática, mostram como não devemos manipular os cabelos em excesso: penteá-los delicadamente com escovas macias; usar cremes e óleos específicos para hidratação; evitar a exposição ao sol; evitar o calor de prancha e, ao utilizar o secador, ter atenção ao movimentar o aparelho para manter distância e não superaquecer a fibra capilar.
É possível recorrer a implantes, como os realizados por homens?
Sim, mas é importante saber que a calvície feminina se processa de maneira diferente da do homem. Em ambos os sexos, primeiro é necessária uma predisposição genética para o quadro. Na mulher, há uma certa preservação da linha frontal do cabelo, ou seja, não ficamos completamente calvas na parte de cima da cabeça, como os homens. Depois da menopausa, a proteção hormonal se reduz, mas, embora as mulheres observem a diminuição da densidade, não ocorre a perda completa dos fios.
O que acontece com as unhas, que também se tornam frágeis e quebradiças?
Na menopausa, o declínio de estrogênio e a redução da produção de colágeno afetam a lâmina ungueal, que é parte que vemos da unha, deixando-a desidratada. No entanto, unhas frágeis podem ser causadas por dieta alimentar inadequada, deficiência de vitaminas, diabetes e distúrbios da tireoide. A unha possui crescimento correto, mas é danificada posteriormente com a imersão frequente das mãos em água, por conta dos afazeres domésticos, cutilação excessiva, exposição à acetona e unhas de fibra e gel.
Há alimentos e suplementos que podem ajudar nos dois casos?
Infelizmente, a maior parte dos suplementos não tem evidência científica concreta para fortalecer unhas e cabelos. A verdade é que nutracêuticos exigem um rigor científico muito menor que os medicamentos para serem lançados no mercado. Portanto, antes de usar um suplemento, é preciso consultar um dermatologista para excluir possíveis causas clínicas. A biotina é indicada para as unhas, mas deve ser usada com orientação, porque altera diversos exames laboratoriais.
Deixar de pintar cabelos e unhas resolve o problema?
Sem dúvida, químicas como coloração e alisamento danificam muito a fibra. Vou listar alguns danos: há perda da parte externa da fibra, levando a falta de brilho, porosidade e ressecamento; perda de proteína, associada à diminuição do volume, e da resistência da fibra, o que torna os cabelos mais fáceis de partir. Portanto, além de crescerem com menos densidade, há uma perda da massa capilar. O estrago só é reparado quando essa fibra é substituída por um fio novo, mas vale comentar um fato curioso. O cabelo branco, assim como a pele clara, é altamente sensível ao sol. Quando uma coloração é aplicada nos fios brancos, a nova coloração pode funcionar como um filtro solar. Portanto, perde-se por um lado, mas ganha-se por outro. A verdade é que as mulheres, em nosso contexto cultural, preferem os cabelos tingidos, mesmo que ressecados. Durante a pandemia assistimos a uma mudança desse comportamento e, em outros países, ser grisalha não é mais tabu. Para as unhas, o perigo mora na exposição química à acetona para remover o esmalte e uma boa dica é hidratá-las com óleos. A cutilação é um hábito que contribui para o enfraquecimento das unhas.
Junto com o enfraquecimento dos cabelos, surgem pelos antiestéticos no rosto, em locais como o queixo e o buço, e até ao redor dos mamilos. O que fazer?
Mais uma vez, trata-se de uma consequência da perda do efeito protetor dos hormônios femininos. É possível retirar os pelos com pinça, cremes depilatórios e depilação a cera. Se ainda tiverem pigmento, a melhor opção é o laser. Entretanto, como o alvo do laser é o pigmento, se os pelos forem brancos o tratamento não é eficaz. Outra técnica eficiente é a eletrólise.

Clique Para Comentar

Deixe uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

PUBLICIDADE

SAIBA MAIS

Loterias

Tendência

Copyright © 2023 - BILLNETWORK - IGOR RAMIRES TI - Programer