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Motor do crescimento, demanda externa pode recuar no 2º semestre

Ao lado do consumo das famílias, a demanda internacional por matérias-primas produzidas pelo País foi um dos motores do crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil na passagem do quarto trimestre de 2021 para o primeiro deste ano. As exportações cresceram 5%, enquanto as importações caíram 4,6%. Esse motor da economia, porém, poderá ratear na segunda metade do ano, alertam economistas.Entre as atividades exportadoras, os destaques foram as vendas brasileiras de produtos agropecuários, produtos alimentícios, derivados de petróleo e produtos de metal.
Conforme analistas, a demanda global deverá perder fôlego – o que significa menos compras externas de produtos brasileiros – porque a inflação alta se espalha pelo mundo, tendo como reação a elevação dos juros por parte dos bancos centrais.
Um sinal de alerta apareceu em um ranking elaborado pela agência de classificação de risco Austin Rating. Entre 32 países que divulgaram dados do PIB no primeiro trimestre, importantes eco..

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Ao lado do consumo das famílias, a demanda internacional por matérias-primas produzidas pelo País foi um dos motores do crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil na passagem do quarto trimestre de 2021 para o primeiro deste ano. As exportações cresceram 5%, enquanto as importações caíram 4,6%. Esse motor da economia, porém, poderá ratear na segunda metade do ano, alertam economistas.

Entre as atividades exportadoras, os destaques foram as vendas brasileiras de produtos agropecuários, produtos alimentícios, derivados de petróleo e produtos de metal.

Conforme analistas, a demanda global deverá perder fôlego – o que significa menos compras externas de produtos brasileiros – porque a inflação alta se espalha pelo mundo, tendo como reação a elevação dos juros por parte dos bancos centrais.

Um sinal de alerta apareceu em um ranking elaborado pela agência de classificação de risco Austin Rating. Entre 32 países que divulgaram dados do PIB no primeiro trimestre, importantes economias registraram retração. O Brasil ficou na nona melhor posição.

Freio chinês

Para agravar as apreensões, as perspectivas da China têm sido revistas para baixo diante da tentativa de conter novas ondas de covid com isolamento social. A segunda maior economia do mundo e principal parceira comercial brasileira ficou em quinto lugar no ranking.

Conforme o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, responsável pelo levantamento, o desempenho da economia brasileira é impulsionado pela menor interferência da pandemia e pelo atraso nos efeitos práticos do aumento da taxa de juros, enquanto outras nações, sobretudo as desenvolvidas, já sentem o freio de mão puxado devido ao aperto monetário.

"O Brasil ainda não foi afetado em grande medida pelos efeitos da política monetária restritiva com aumento da taxa de juros. Isso vai acontecer com maior intensidade do segundo semestre em diante, quando os juros altos e a inflação alta terão ainda mais efeito no consumo das famílias", disse Agostini.

A retração nos investimentos deixa uma tendência de baixa para o PIB do País, avaliou o coordenador do Departamento Econômico do Banco ABC Brasil, Daniel Xavier. "O resultado do PIB veio próximo do esperado, mas a composição foi pouco favorável", disse. "Além da redução nos investimentos, para o qual esperávamos alta de 0,3%, tivemos uma agropecuária fraca (-0,9%, ante projeção de 0,4% do ABC Brasil), com desempenho ruim das safras de soja e arroz."

Apesar da quebra da safra de soja pela estiagem no Sul do País, a agropecuária foi o setor que mais impulsionou as exportações no primeiro trimestre, de acordo com Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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