Resultado contradiz uma noção comum ensinada em muitas escolas nos Estados Unidos no chamado “desafio do ovo”. Pesquisadores usaram 180 ovos no experimento. Como o ovo quebra com mais facilidade, na horizontal ou na vertical?
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Dois ovos de galinha caem da mesma altura. Um atinge o chão de lado, na horizontal, e o outro de ponta, na vertical. Será que os dois têm a mesma possibilidade de quebrar?
O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) publicou na quarta-feira (8) um novo estudo que detalha as diferenças de força e resistência quando ovos caem vertical ou horizontalmente. O estudo concluiu que a casca é mais resistente a impactos horizontais. Ou seja, o ovo quebra mais facilmente quando cai de ponta.
O resultado da pesquisa, publicada na Communications Physics, contrariou uma noção comum ensinada em muitas escolas nos Estados Unidos no chamado “desafio do ovo”. No experimento, professores costumam dizer aos alunos que o ovo é mais resistente quando cai com uma das pontas virada para baixo.
Experimento usou dezenas de ovos para testar teoria.
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O experimento
O experimento, realizado com 180 ovos, imitou condições típicas de quedas usadas em atividades escolares e incluiu também testes de compressão com sensores de força. Os resultados mostraram que os ovos orientados horizontalmente suportam melhor o impacto.
Em uma das simulações, os ovos eram derrubados na horizontal, com a ponta fina e com a ponta mais arredondada para baixo de alturas de 8, 9 e 10 milímetros.
Na altura de 8 milímetros, por exemplo, mais da metade dos ovos que caíram na vertical (com a extremidade pontiaguda ou a mais arredondada para baixo) se romperam. Já os que caíram de lado só racharam em 5% dos casos.
Experimento do MIT testa força e resistência de ovos em queda.
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Os cientistas também submeteram outros 60 ovos a testes de compressão estática, para medir diretamente a força necessária para causar uma rachadura em diferentes orientações. Em média, os ovos resistiram a forças semelhantes — cerca de 45 newtons — em todas as posições. No entanto, os que estavam de lado comprimiram mais antes de se quebrar. Isso indica que a casca, nessa orientação, consegue absorver mais energia antes de atingir o ponto de ruptura.
Equívoco comum
A equipe liderada pela professora e Ph.D. Tal Cohen investigou também a origem da crença de que a orientação vertical é mais segura. Segundo os autores, essa ideia está baseada em uma confusão entre três propriedades físicas distintas: rigidez, resistência e tenacidade.
De fato, ovos são mais rígidos quando pressionados pelas pontas — ou seja, eles se deformam menos sob pressão —, mas isso não significa que são mais difíceis de quebrar.
Uma revisão de fontes populares feita pelos pesquisadores — incluindo vídeos educativos, sites de ciência e até respostas de modelos de linguagem como o ChatGPT — mostrou que a orientação vertical é amplamente considerada mais “forte”. “A confusão entre rigidez e tenacidade ajuda a explicar esse equívoco”, escrevem os autores.
Implicações além da sala de aula
Embora o estudo tenha como ponto de partida um experimento escolar, os pesquisadores do MIT destacam que as descobertas têm potencial para inspirar avanços em engenharia. A capacidade dos ovos de suportar cargas maiores quando impactados lateralmente pode ajudar a melhorar o design de estruturas que precisam resistir a impactos, como capacetes ou embalagens protetoras.
“Há uma lição importante aqui sobre como interpretamos propriedades mecânicas nos objetos do dia a dia”, dizem os autores.
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