Além de Umbelino, também foram alvos da operação mais 17 pessoas, entre familiares e parentes do vereador, incluindo a esposa, cunhados e o sogro dele. Cinco dos investigados são advogados. Vereador de São Luís Umbelino Júnior é alvo de operação do Gaeco por suspeita de 'rachadinha'
Divulgação/Gaeco
O vereador da Câmara Municipal de São Luís, Joaquim Umbelino Ribeiro Júnior, conhecido como Umbelino Júnior, foi alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Maranhão (MP-MA), que investiga a prática de “rachadinha” (peculato-desvio) do salário dos servidores lotados no gabinete do parlamentar.
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Além de Umbelino, também foram alvos da operação mais 17 pessoas, entre familiares e parentes do vereador, incluindo a esposa, cunhados e o sogro dele. Cinco dos investigados são advogados.
Vereador de São Luís Umbelino Júnior é alvo de operação do Gaeco por suspeita de 'rachadinha'
Divulgação/Gaeco
A operação, que recebeu o nome de Occulta Nexus, foi realizada na manhã desta quarta-feira (13), nas cidades de São Luís e Imperatriz. Durante a ação, o Gaeco cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados do Termo Judiciário de São Luís.
Vereador de São Luís Umbelino Júnior é alvo de operação do Gaeco por suspeita de 'rachadinha'
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Durante a busca, o Gaeco apreendeu documentos, celulares, computadores, bem como relógios e carros de luxo e dinheiro em espécie.
Vereador de São Luís Umbelino Júnior é alvo de operação do Gaeco por suspeita de 'rachadinha'
Divulgação/Gaeco
De acordo com o Gaeco, os valores em espécie (reais e dólares) e os bens apreendidos ainda estão sendo apurados. Esse patrimônio poderá ser usado para ressarcir os prejuízos causados aos cofres públicos.
Vereador de São Luís Umbelino Júnior é alvo de operação do Gaeco por suspeita de 'rachadinha'
Divulgação/Gaeco
Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça ainda autorizou a apreensão e sequestro de bens e o bloqueio de R$ 2.182.339,33, nas contas bancárias de todos os investigados, para ressarcimento ao Tesouro Público.
Os investigados também foram afastados do exercício do cargo, para resguardar a moralidade pública e não prejudicar o andamento das investigações.
O Ministério Público do Maranhão chegou a pedir a prisão preventiva de Umbelino Júnior e de mais três investigados, porém a Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados negou o pedido, decretando as seguintes medidas cautelares diversas da prisão:
comparecimento mensal em juízo com o propósito de informar e justificar atividades;
proibição de acesso e frequência à sede da Câmara Municipal de São Luís;
proibição de manter contato, por qualquer meio de comunicação, com todos os demais investigados;
proibição de ausentar-se da Comarca sem prévia comunicação a este juízo;
suspensão do exercício da função pública, diante do receio de sua utilização para a prática de infrações penais.
Os documentos e equipamentos eletrônicos apreendidos durante a operação serão analisados pelo Gaeco e pelo Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), para compor o conjunto de provas necessárias para que o MP-MA ofereça Denúncias contra os investigados.
Vereador de São Luís Umbelino Júnior é alvo de operação do Gaeco por suspeita de 'rachadinha'
Divulgação/Gaeco
Procurada pela produção da TV Mirante, a Câmara Municipal de São Luís ainda não se pronunciou sobre a operação.
O vereador Umbelino Junior e os demais citados nas investigações não foram encontrados para se manifestar.
Vereador Umbelino Júnior é alvo da operação do GAECO por suspeita de rachadinha
O esquema
Vereador de São Luís Umbelino Júnior é alvo de operação do Gaeco por suspeita de 'rachadinha'
Reprodução/TV Mirante
Durante as investigações, o Gaeco verificou a existência de uma organização criminosa liderada pelo vereador Umbelino Júnior, que envolvia familiares e parentes do parlamentar, incluindo esposa, cunhados e sogro, sendo que este último é policial militar reformado e mora em Brasília, no Distrito Federal.
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A organização movimentava valores milionários, em um esquema de “rachadinha” para desviar dinheiro público da Câmara de Vereadores de São Luís. Segundo apurou o MP-MA, os desvios acontecem desde 2020.
O Gaeco teve acesso aos documentos de controle financeiro do esquema de “rachadinha”. Os arquivos têm informações como quanto cada servidor tinha que devolver e pra qual conta o dinheiro era transferido.
O Ministério Público informou que, na época do pagamento, o chefe de gabinete e o vereador avisavam todos os servidores investigados, sobre o valor que cada um deveria devolver para contas da organização criminosa.
Ainda de acordo com os levantamentos do Gaeco, a organização criminosa também contava com apoio de terceiros para efetivação dos desvios e outros crimes, como “lavagem” de capitais e falsidade ideológica.
Com a quebra de sigilo bancário e telefônico, o MP-MA descobriu que mais de R$ 2 milhões foram desviados pelo vereador. Parte do dinheiro desviado com as “rachadinhas” foi pra conta de Jonfran Moreira, chefe de gabinete do vereador Umbelino Jr. Outra parte era enviada para Edson Lima do Carmo, um empresário que atua na região de Imperatriz.
A investigação aponta, ainda, que o vereador usava os salários dos servidores para pagar uma dívida que tinha com o empresário Edson Lima.
Segundo os promotores de justiça, os mandados cumpridos nesta quarta-feira se referem a uma medida cautelar deferida pela Justiça em relação ao vereador Umbelino Júnior, mas outros vereadores podem estar envolvidos em situações semelhantes.
Nome da operação
A operação recebeu o nome de “Occulta Nexus”, pois a expressão significa ligações ocultas em latim, fazendo alusão às conexões entre os investigados que praticam a “rachadinha” do salário em favor do vereador, que agia ilicitamente de forma oculta com seus familiares e assessores.
A operação contou com o apoio dos promotores de justiça integrantes do Gaeco dos núcleos de São Luís, Imperatriz e Timon; das Polícias Civil e Militar do Maranhão e, ainda, dos promotores de justiça das comarcas de Açailândia, Chapadinha, Estreito e São Luís. A Coordenadoria de Assuntos Estratégicos e Inteligência (CAEI-MPMA) também auxiliou nos trabalhos.
Também participou da Operação o Comando de Missões Especiais (CME), com as subunidades (BPCHOQUE, Bope e Rotam), com um efetivo total de 44 policiais. Em Imperatriz, participaram, ainda, duas equipes do Grupo de Operações Especiais (GOE).