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Brasil gasta anualmente US$ 3,6 mil por aluno da rede pública; média de países da OCDE passa de US$ 11 mil

Levantamento 'Education at a Glance' compara índices educacionais de países que são referência em desenvolvimento humano, como Luxemburgo, Suíça e Noruega. Brasil não integra o grupo, mas participa do estudo como parceiro. Gastos por aluno no Brasil são inferiores aos da OCDE
Wilson Dias/Agência Brasil
Quanto o governo investe, por ano, em cada aluno da rede pública na educação básica e nas universidades? No Brasil, a média é de US$ 3.668 (cerca de R$ 20,5 mil). Já entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que são referência em desenvolvimento humano, o patamar é mais do que o triplo disso: US$ 11.914 (R$ 66,5 mil).
É o que indica o relatório “Education at a Glance 2024”, divulgado nesta terça-feira (10) para trazer as atualizações dos indicadores internacionais ligados à educação.
No topo do ranking, está Luxemburgo, que gasta mais de US$ 25 mil por aluno (R$ 139,5 mil), seguido por Suíça e Noruega.
Na lista de 40 países, o Brasil..

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Levantamento 'Education at a Glance' compara índices educacionais de países que são referência em desenvolvimento humano, como Luxemburgo, Suíça e Noruega. Brasil não integra o grupo, mas participa do estudo como parceiro. Gastos por aluno no Brasil são inferiores aos da OCDE
Wilson Dias/Agência Brasil
Quanto o governo investe, por ano, em cada aluno da rede pública na educação básica e nas universidades? No Brasil, a média é de US$ 3.668 (cerca de R$ 20,5 mil). Já entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que são referência em desenvolvimento humano, o patamar é mais do que o triplo disso: US$ 11.914 (R$ 66,5 mil).
É o que indica o relatório "Education at a Glance 2024", divulgado nesta terça-feira (10) para trazer as atualizações dos indicadores internacionais ligados à educação.
No topo do ranking, está Luxemburgo, que gasta mais de US$ 25 mil por aluno (R$ 139,5 mil), seguido por Suíça e Noruega.
Na lista de 40 países, o Brasil ficou à frente (por muito pouco) apenas da Romênia, da Turquia, da África do Sul, do México e do Peru.
Veja outros destaques:
💰Gastos com educação vêm caindo a cada ano (2016 a 2022)
Entre 2015 e 2021, durante os governos de Dilma Roussef (até agosto de 2016), Michel Temer (2016 -2018) e Jair Bolsonaro (2019 – 2022), o Brasil apresentou uma queda de 2,5% ao ano nos gastos com educação.
Na OCDE, a tendência foi oposta, com aumento anual de 2,1%, mesmo com todo o impacto econômico da pandemia.
Observação: Apesar de os gastos por estudante estarem muito abaixo dos registrados pelos demais países, houve uma melhora significativa nos investimentos relacionados à primeira infância: de 2015 a 2015, o Brasil teve um aumento de 29% no valor dedicado a cada aluno de 0 a 3 anos. Essa etapa da educação é vista por especialistas como fundamental para a redução das desigualdades sociais e econômicas.
💲Percentual do PIB investido em educação é alto, mas a história 'não é bem assim'
Os gastos com educação no Brasil representam 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país — patamar semelhante aos da Suécia e da Nova Zelândia, considerados referência em desenvolvimento.
No entanto, o que realmente importa na comparação é o investimento que cada nação faz por aluno (como explicado no início da reportagem). Usar o PIB como critério significa considerar realidades econômicas e sociais totalmente diferentes:
O PIB do Brasil em 2022 foi de US$ 1,92 trilhão, enquanto na Suécia foi de US$ 591,2 bilhões e, na Nova Zelândia, de US$ 248,1 bilhões.
As populações destes países eram, no mesmo ano, de 215,3 milhões de pessoas no Brasil, 10,49 milhões na Suécia e 5,124 milhões na Nova Zelândia.
Ou seja, mesmo que o PIB do Brasil seja mais alto e que o percentual de investimento esteja próximo aos dos outros dois países, a população brasileira é muito maior, com número consideravelmente superior de alunos e de professores.
Diluindo o valor gasto pelo número de estudantes, fica nítido que os gastos com educação são proporcionalmente menores no Brasil.
🤷‍♀️Geração 'nem-nem' encolheu
Considerando os jovens de 18 a 24 anos no Brasil, a parcela dos que não trabalham nem estudam caiu de 29,4% (2016) para 24% (2023). Entre os países da OCDE, a redução foi de 15,8% para 13,8%.
É importante lembrar que não necessariamente são pessoas que "passam o dia olhando para o teto, mexendo em redes sociais" — entram na conta aqueles que trabalham informalmente, sem registro profissional, ou que precisam abandonar os estudos para cuidar dos irmãos mais novos.
🧑‍🎓Quem não tem formação superior é prejudicado na carreira
Segundo o relatório "Education at a Glance", os adultos de 25 a 34 anos que não têm ensino superior acabam enfrentando condições piores no mercado de trabalho:
No Brasil, 36% dos jovens sem diploma técnico ou universitário estão desempregados (na OCDE, são 25%).
Os salários de quem não tem qualificação também são mais baixos: entre os brasileiros de 25 a 64 anos que não terminaram o ensino médio, 59% ganham menos do que a média da população.
Os impactos negativos são mais sentidos entre as mulheres. Entre as brasileiras que não concluíram a educação básica, apenas 44% estão empregadas. Já entre os os homens, o patamar chega a 80%.
Em geral, entre os parceiros e membros da OCDE, mulheres que cursaram o ensino superior recebem salários menores do que homens que ocupam exatamente a mesma função que elas. No Brasil, elas ganham o equivalente a 75% do valor pago a eles (nas outras nações do grupo, a média é de 83%).
📚 O que é o relatório 'Education at a Glance 2023'?
Divulgado anualmente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o relatório “Education at a Glance” reúne e compara os principais indicadores internacionais ligados à educação.
Os números mostram a realidade de quase 50 países, incluindo membros da OCDE e parceiros (como o Brasil).
Os dados são fornecidos pelos próprios países.
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