Saiba mais

Documentário conta a trajetória de Mestre Dikinho, artista fundamental do carimbó do Marajó

Documentário “Mestre Dikinho e Tambores do Pacoval – Carimbó de Encantaria” será lançado com exibição no bairro do Pacoval (Soure – Ilha do Marajó/PA) e no Youtube, no próximo dia 19/10
No próximo dia 19 de outubro (sábado), será lançado o Documentário “Mestre Dikinho e Tambores do Pacoval – Carimbó de Encantaria”, na sede da Associação de Moradores do bairro do Pacoval – AMPAC (Soure – Ilha do Marajó/PA). O evento acontecerá a partir das 19h, no barracão onde há 15 anos são realizadas rodas de carimbó que contaram com a presença assídua e determinante de Mestre Dikinho, que formou gerações de tocadoras e tocadores da ilha, além de ser uma referência para todo o Pará. Além disso, o documentário também será disponibilizado gratuitamente para todo o mundo, às 20h, por meio do canal @CarimbódeEncantaria, no Youtube (www.youtube.com/@carimbodeencantaria).
Dikinho faleceu na madrugada do dia 17 de julho deste ano, aos 83 anos, causando grande comoção no cenário cultural regional, pela relev..

Published

on

Documentário “Mestre Dikinho e Tambores do Pacoval – Carimbó de Encantaria” será lançado com exibição no bairro do Pacoval (Soure – Ilha do Marajó/PA) e no Youtube, no próximo dia 19/10
No próximo dia 19 de outubro (sábado), será lançado o Documentário “Mestre Dikinho e Tambores do Pacoval – Carimbó de Encantaria”, na sede da Associação de Moradores do bairro do Pacoval – AMPAC (Soure – Ilha do Marajó/PA). O evento acontecerá a partir das 19h, no barracão onde há 15 anos são realizadas rodas de carimbó que contaram com a presença assídua e determinante de Mestre Dikinho, que formou gerações de tocadoras e tocadores da ilha, além de ser uma referência para todo o Pará. Além disso, o documentário também será disponibilizado gratuitamente para todo o mundo, às 20h, por meio do canal @CarimbódeEncantaria, no Youtube (www.youtube.com/@carimbodeencantaria).
Dikinho faleceu na madrugada do dia 17 de julho deste ano, aos 83 anos, causando grande comoção no cenário cultural regional, pela relevância gigantesca de sua trajetória não somente no Carimbó, quanto em outras expressões da Cultura Popular paraense, como o Boi, o Carnaval e o Bolero.
“Você não sabe? Eu sou filho de maré, sou canoa que navega e meu porto é solidão” trecho de uma de suas composições eternizadas em seu canto, que se tornaram uma espécie de hino não somente do marajoara, como de uma grande parcela da comunidade carimbozeira.
O documentário apresenta uma natureza atemporal, lançando um olhar íntimo sobre a vida e obra do mestre, possibilitando a eternização do seu legado em imagem e som, e registra os costumes, a biodiversidade e a cultura deste pedaço da Amazônia, possibilitando um olhar do mundo para esse lugar. Da vida de um Mestre e o repasse de seus saberes. Muitos episódios inusitados em mais de 80 anos de história. O Carimbó. A vida no Marajó, tradição e modernidade. Búfalos e motos. Do Tambores do Pacoval e seu protagonismo na transformação da realidade de um bairro pela cultura e organização comunitária. Mulheres no tambor e na liderança, gerações em convívio e permanente aprendizado.
“Finalizar esse trabalho audiovisual que iniciamos em julho de 2019 é um sonho antigo da comunidade que se encontrou com o sonho de produtores independentes e começou a se tornar realidade. Antes do conteúdo em si, é importantíssimo dizer que houve uma intensa vivência de cada pessoa que compôs o documentário com o Mestre, desde a equipe técnica, passando por cada entrevistado. Ter convivido e feito carimbó com ele, vivido de perto toda sua vasta produção no âmbito da Cultura Popular, foi de uma dimensão indescritível. Ele era gigante em sua delicadeza e poesia sensível à densidade humana, imaginária e natural da Ilha do Marajó. Fico extremamente feliz por estarmos entregando este documentário à memória coletiva de nossa região. Perco inclusive as palavras para conseguir descrever tudo que representa esse material, idealizado coletivamente, que consegui produzir e agora entregaremos ao mundo. Nele, nosso querido Mestre se manterá eternizado, podendo ser visto, ouvido e sentido por todas as gerações que vierem após ele e cada um de nós”, afirma Luciane Bessa, Produtora Executiva.
Mestre Dikinho foi compositor, violonista, cantor e artesão marajoara. Cresceu entre campos e rios trabalhando como vaqueiro e pescador, imerso na poesia e encantaria únicas desse lugar.
Da sua vivência surgiram canções em vários ritmos: do carimbó ao samba, do bolero ao xote e ao boi, que foram tocadas magistralmente pelo mestre em diversos grupos, desde os anos 60. Passou mais de década junto ao “Tambores do Pacoval”. Também fez parte do grupo “Os Mansos” nos últimos anos de sua vida, junto ao seu grande parceiro de estrada, Mestre César do Regatão, além de amigo fiel, Yuri Guimarães.
“Até parece que o próprio vento ficou no relento chorando mais eu” trecho da música Lamento de Pescador citada por Yuri Guimarães ao falar de seu enorme pesar pela partida do Mestre. “Ele deixou em mim as saudades profundas que sempre cantou com poesia tão delicada e avassaladora. Jamais esquecerei de nossos momentos juntos, das histórias de encantaria, vaquejada e pescaria. Dos risos e dos ralhos. Seu lamento, seu encanto, será eternamente minha companhia”, disse o violonista do grupo Os Mansos, seu eterno aprendiz.
O Conjunto de Carimbó Tambores do Pacoval foi fundado pela AMPAC e há 15 anos realiza um trabalho social e cultural premiado diversas vezes em nível nacional, estadual e municipal, pela valorização de mestres de cultura popular e transformação de um bairro antes conhecido pela violência em referência de cultura e arte em todo o estado do Pará e atração de turismo nacional e internacional.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Tendência

Sair da versão mobile