Histórias de reinvenção: Patricia, professora de universidade sênior em Portugal
Demitida um mês antes de completar 50 anos, ela abraçou o empreendedorismo, deu a volta por cima e hoje compartilha suas experiências Depois de contar as histórias de Claudia Gazel e Daniela Campos, fecho a série de três colunas sobre mulheres que se reinventaram em outros países com Patricia Braga que, diga-se de passagem, já foi tema desse blog. Em 2019, escrevi sobre a dura experiência que teve ao ser demitida de um cargo executivo um mês antes de completar 50 anos. “Descobri que estava velha demais para qualquer vaga”, me contou na época. Foi motorista de aplicativo, fez artesanato e vendeu doces numa bicicleta decorada – sim, ela não se deu por vencida e abraçou o empreendedorismo.
Patricia Braga com seus alunos da Universidade Sênior de Mafra
Acervo pessoal
Aos 56 anos, vive há dois em Mafra, cidadezinha a 30 quilômetros de Lisboa, com o marido, Walter, de 68 anos, e a filha, Annie, de 16: “estamos a meia hora da capital e a cinco minutos do mar”, descreve. A família deixou o Br..
Demitida um mês antes de completar 50 anos, ela abraçou o empreendedorismo, deu a volta por cima e hoje compartilha suas experiências Depois de contar as histórias de Claudia Gazel e Daniela Campos, fecho a série de três colunas sobre mulheres que se reinventaram em outros países com Patricia Braga que, diga-se de passagem, já foi tema desse blog. Em 2019, escrevi sobre a dura experiência que teve ao ser demitida de um cargo executivo um mês antes de completar 50 anos. “Descobri que estava velha demais para qualquer vaga”, me contou na época. Foi motorista de aplicativo, fez artesanato e vendeu doces numa bicicleta decorada – sim, ela não se deu por vencida e abraçou o empreendedorismo.
Patricia Braga com seus alunos da Universidade Sênior de Mafra
Acervo pessoal
Aos 56 anos, vive há dois em Mafra, cidadezinha a 30 quilômetros de Lisboa, com o marido, Walter, de 68 anos, e a filha, Annie, de 16: “estamos a meia hora da capital e a cinco minutos do mar”, descreve. A família deixou o Brasil fugindo da falta de segurança que atinge inclusive a valorizada Zona Sul do Rio de Janeiro – “os tiroteios em Botafogo, onde morávamos, eram quase diários”, lembra – e em busca de uma oportunidade para a adolescente ter acesso a uma universidade europeia. “Em uma semana tinha certeza de que havia sido a melhor decisão que poderíamos ter tomado”, avalia. O casal se valeu do chamado “visto para aposentado”, que, em Portugal, possibilita a residência de quem tem renda garantida e pode viver no país com esses recursos.
Patricia pesquisou o ranking de escolas públicas e se encantou com o nível de ensino: “além disso, tudo é grátis. O estudante recebe os livros, notebook e o pacote de dados para navegar na internet”. A família chegou junto com a situação de emergência da pandemia e ela aproveitou o período de isolamento para confeccionar e doar máscaras. Assim que a situação permitiu, fez um curso para se tornar corretora de imóveis e seu foco é o público brasileiro, mas quis conciliar a atividade remunerada com um trabalho voluntário, por isso se ofereceu para dar palestras na Universidade Sênior de Mafra (Usema), que tem cerca de 1.200 alunos. Sua história encantou a direção, que a convidou para ser professora. Criou a disciplina “Reinventar-se na idade sênior” e, nas aulas, uma vez por semana, discorre sobre resiliência, positividade e até sobre como livrar-se das tralhas e abraçar um estilo de vida mais minimalista. Mesmo com a agenda cheia, se inscreveu para ser voluntária no magnífico Palácio Nacional de Mafra, tem planos de abrir um negócio em breve e, depois que a filha ingressar na universidade, vai comprar um trailer (que lá é chamado de caravana) para viajar com o marido. É bem possível que esse blog ainda volte a falar de dela…
Percorrendo trilhas da região: paixão recente
Acervo pessoal