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Quase metade aceita pagar mais imposto por melhor saúde e educação, aponta Datafolha

FERNANDO CANZIAN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quase a metade dos brasileiros diz preferir pagar mais impostos em troca de melhores serviços públicos. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, 48% dos entrevistados concordariam com uma tributação mais elevada para ter mais saúde e educação fornecidas pelo Estado.

Em relação à pesquisa realizada há cinco anos, houve aumento de cinco pontos percentuais dos que concordam com isso -e queda de outros cinco (de 51% para 46%) dos que acham preferível pagar menos impostos e contratar serviços privados.

Mesmo considerando a renda dos entrevistados, não há diferença nos percentuais dos que ganham menos de dois salários mínimos ou acima de dez.

No período entre os dois levantamentos (2017 a 2022), o Brasil cresceu pouco após uma de suas maiores recessões (o PIB caiu 7,4% no biênio 2015/2016) e enfrentou a pandemia do coronavírus a partir de 2020.

No conjunto, o baixo crescimento e a pandemia levaram milhões de brasileiros a depender mais do e..

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FERNANDO CANZIAN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quase a metade dos brasileiros diz preferir pagar mais impostos em troca de melhores serviços públicos. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, 48% dos entrevistados concordariam com uma tributação mais elevada para ter mais saúde e educação fornecidas pelo Estado.

Em relação à pesquisa realizada há cinco anos, houve aumento de cinco pontos percentuais dos que concordam com isso -e queda de outros cinco (de 51% para 46%) dos que acham preferível pagar menos impostos e contratar serviços privados.

Mesmo considerando a renda dos entrevistados, não há diferença nos percentuais dos que ganham menos de dois salários mínimos ou acima de dez.

No período entre os dois levantamentos (2017 a 2022), o Brasil cresceu pouco após uma de suas maiores recessões (o PIB caiu 7,4% no biênio 2015/2016) e enfrentou a pandemia do coronavírus a partir de 2020.

No conjunto, o baixo crescimento e a pandemia levaram milhões de brasileiros a depender mais do ensino público (já que muitos não puderam pagar escolas particulares) e do SUS (Sistema Único de Saúde).

Pesquisa Datafolha realizada para a Oxfam Brasil no ano passado já mostrava que mais do que dobrou (de 24% para 56%), em relação a 2017, o apoio dos brasileiros a uma tributação maior para financiar políticas sociais com o objetivo de reduzir a desigualdade.

A nova pesquisa -que ouviu 2.556 pessoas nos dias 25 e 26 de maio em 181 municípios e tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos- mostra também que aumentou significativamente o total de brasileiros que acham que o governo deve ajudar grandes empresas nacionais que corram o risco de ir à falência.
Concordam com isso atualmente 71% dos brasileiros, um aumento de oito pontos percentuais em relação a 2017. Na contramão, caiu de 33% para 25% os que acham que o governo não deve ajudar essas empresas em caso de dificuldades.

Seguem compondo uma maioria expressiva (72%) os brasileiros que acham que o governo deve ser o maior responsável por investir no país e fazer a economia crescer (eram 76% em 2017).
Apesar de concordarem em pagar mais impostos para ter maior proteção estatal, a pesquisa mostrou também que a maioria dos brasileiros quer ter melhores condições econômicas para poder se emancipar do governo.

Segundo o levantamento, 58% (ante 54% em 2017) acham que quanto menos dependerem do governo, melhor estará sua vida pessoal. Discordam disso 38% (ante 41% em 2017). Nesse caso, quanto menor a renda do entrevistado, mais ele acha que sua vida estará melhor se depender do governo.

O Datafolha também questionou os brasileiros em relação às leis trabalhistas em vigor. A maioria (56%) continua concordando (53% em 2017) que as leis mais protegem os trabalhadores do que atrapalham o crescimento das empresas -e que boa parte delas deveria ter seus benefícios ampliados.

A classificação ideológica foi feita conforme a pontuação alcançada pelas respostas do entrevistado em questões sobre temas que separam as duas visões de mundo, tanto em comportamento e valores quanto em economia. A conversão à esquerda foi mais sensível na primeira parte do que na segunda.

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