‘Visibilidade não me exclui da estatística’, diz Liniker sobre transfobia

Artista se apresenta nesta sexta-feira (31), pela quinta vez, em Salvador.
Cantora é conhecida por discurso de empoderamento do público LBGT.
Liniker e os Caramelows tocaram no Largo do Pelourinho, durante carnaval deste ano (Foto: Carol Garcia/ GOV BA)

“Sou quase baiana”, brinca a cantora paulista Liniker, de 21 anos, em entrevista ao G1. A artista conversou com a reportagem antes de desembarcar para cantar pela quinta vez na capital baiana – dois dias após o aniversário de 468 anos de Salvador.

Nesta sexta-feira (31), Liniker canta junto com sua banda Os Caramelows em uma estreia no palco da Concha Acústica do Teatro Castro Alves. O show começa às 19h e os ingressos ainda estão à venda no site Ingresso Rápido.
O discurso de empoderamento e diversidade sexual é marca da artista, que é gay e se identifica com o gênero feminino. Foi por isso que interrompeu os versos “Joga pedra na Geni”, da canção “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque, no programa Amor e Sexo do dia 2 de março. “..

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Artista se apresenta nesta sexta-feira (31), pela quinta vez, em Salvador.
Cantora é conhecida por discurso de empoderamento do público LBGT.
Liniker e os Caramelows tocaram no Largo do Pelourinho, durante carnaval deste ano (Foto: Carol Garcia/ GOV BA)

"Sou quase baiana", brinca a cantora paulista Liniker, de 21 anos, em entrevista ao G1. A artista conversou com a reportagem antes de desembarcar para cantar pela quinta vez na capital baiana – dois dias após o aniversário de 468 anos de Salvador.

Nesta sexta-feira (31), Liniker canta junto com sua banda Os Caramelows em uma estreia no palco da Concha Acústica do Teatro Castro Alves. O show começa às 19h e os ingressos ainda estão à venda no site Ingresso Rápido.
O discurso de empoderamento e diversidade sexual é marca da artista, que é gay e se identifica com o gênero feminino. Foi por isso que interrompeu os versos “Joga pedra na Geni”, da canção “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque, no programa Amor e Sexo do dia 2 de março. “Não joga! O Brasil é o que mais mata travestis e transexuais. Basta!”, pediu a cantora no programa.

“A visibilidade não me exclui da estatística. Poder falar sobre todas nós é extremamente importante para mim e para todas nós. É o que eu posso fazer”, diz ao G1.

“Sou ‘ela’, não é como eu prefiro ser chamada, mas o que eu sou”, define a cantora de voz rouca e grave. Liniker acredita que seria impossível não abordar na sua carreira o debate contra o preconceito e a favor dos direitos LGBT. “Não tem como não ser, isso faz parte da minha vida e vai para minha música”, explica.

Apresentação será do disco mais recente do grupo
, Remonta (Foto: Leila P/ Divulgação)

O público soteropolitano abraça a artista com fervor nos shows. A cantora lembra com carinho do primeiro show que fez na cidade, no Largo Thereza Batista, no Pelourinho, em abril de 2016. “O público cantava mais alto que a gente. A gente adora cantar aqui”, conta Liniker, que ainda diz ser amante da comida baiana.

A expectativa para subir ao palco da Concha pela primeira vez é grande para a cantora. "Assistimos vídeos da [cantora Maria] Bethânia cantando na Concha e é incrível. A gente está muito feliz de tocar com a banda lá. Vai ser maravilhoso, estou super ansiosa", conta ela. A apresentação será de músicas do CD Remonta, que como o próprio nome diz pretende ser uma "remontagem" de músicas do primeiro EP: o "Cru", de outubro de 2015.

Com três faixas, “Zero”, "Caeu” e “Louise du Brésil”, o EP de estreia de Liniker teve vídeos que viralizaram na web e alcançaram mais de 8 milhões de compartilhamentos. O “Remonta” foi lançado em setembro do ano passado, após campanha colaborativa com os fãs, em uma plataforma de financiamento coletivo.

Liniker volta a se apresentar com seu grupo, Os
Caramelows, em Salvador (Foto: Gabriel Quintão/
Divulgação)

"É um disco de contar processos da vida que eu passei e que precisava passar para o mundo. É um disco de botar todos os sentimentos para fora", explica Liniker.

O CD tem as três faixas do EP e ainda ganha as faixas “Intro”, que abre o disco; “Remonta” que dá nome ao trabalho, “Caeu”, “Prendedor de Varal”, “Tua”, “Lina X”, “Sem Nome, mas com Endereço”, “Você fez Merda”, “Funzy”, “BoxOkê" e “Ralador de Pia”.

O disco conta com participação dos músicos Tássia Reis, Marcelo Jeneci, Tulipa Ruiz, As Bahias e a Cozinha Mineira, Aeromoças e Tenistas Russas. Todas as letras das canções são de autoria de Liniker, enquanto a parte musical foi pensada em conjunto por Marcio Arantes e o grupo Caramelows – formado por Rafael Barone (baixo), William Zaharanszki (guitarra), Pericles Zuanon (bateria), Márcio Bortoloti (trompete) e Renata Éssis (backing vocal).

O show na capital baiana acontece em um momento importante para Liniker e o grupo, logo após estrear também internacionalmente. A cantora e os Caramelows tocaram em Austin, no estado de Texas, nos EUA, no dia 17 de março.

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“Foi ótimo, foi uma experiência incrível. Nunca imaginei chegar no Texas. O público era misto, tinha muito brasileiro que estava no festival e gringo também”, diz a artista. O próximo destino estrangeiro do grupo é Barcelona, na Espanha, no mês de maio.

Liniker e o grupo se apresentaram também no carnaval de Salvadorx deste ano, no projeto “Beco das Cores”, na Barra, e no Largo do Pelourinho, no Centro Histórico. “Foi uma experiência incrível de poder chegar com todo o público ali. Foi maravilhoso, adorei”, conta a artista.

Há pouco mais de dois anos fazendo shows com o grupo, Liniker acredita que a relação com o público é a principal conquista. “É muito legítimo entender que nosso trabalho vai ficando mais próximo do púbico que ouve a gente. É muito importante porque muita gente vê no nosso trabalho além da música. Isso me deixa muito feliz e agradecido de ter conquistado isso com muito trabalho. É isso que fica”, acredita.

A cantora relembra que cresceu ouvindo artistas baianos, que até hoje considera referências na produção musical. “Cresci ouvindo todos os discos de Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa. A música baiana nutre muito a gente enquanto artista e sempre gostei muito de ouvir”, avalia Liniker.

SERVIÇO
Liniker e os Caramelows
Data: 31 de março de 2017 (sexta-feira)
Horário: às 19h30
Onde: Concha Acústica – Campo Grande
Ingressos: Valor plateia: R$ 60 inteira e R$ 30 meia// Valor camarote: R$ 120 inteira e 60 meia

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