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Vídeo: moradores de Timon denunciam poluição sonora por paredões de som em Teresina: ‘minhas janelas tremem’

Moradores de Timon denunciam poluição sonora por paredões de som em Teresina
Moradores dos bairros Cajueiro e Mateuzinho, em Timon (MA), denunciam, há cerca de cinco anos, a poluição sonora de carros de som na Avenida Maranhão, em Teresina (PI). As cidades são separadas apenas pelo Rio Parnaíba, e o barulho dos paredões atravessa facilmente a divisão entre os dois estados, causando muitos transtornos.
A consultora de marketing digital Vanessa Veras se mudou, em setembro de 2023, para um conjunto residencial no Mateuzinho, localizado às margens da Avenida Piauí, na cidade maranhense, e a 400 m de distância do rio.
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Mãe de uma criança de seis meses, ela e o marido apontam que o som dos carros chega a fazer tremer as janelas da casa. Diante do transtorno, Vanessa e o esposo precisam fazer o trajeto até Teresina para denunciarem o barulho às autoridades, já que os carros ficam na cidade piauiense.
Muitas vezes, a viagem é feita durante a madr..

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Moradores de Timon denunciam poluição sonora por paredões de som em Teresina

Moradores de Timon denunciam poluição sonora por paredões de som em Teresina

Moradores dos bairros Cajueiro e Mateuzinho, em Timon (MA), denunciam, há cerca de cinco anos, a poluição sonora de carros de som na Avenida Maranhão, em Teresina (PI). As cidades são separadas apenas pelo Rio Parnaíba, e o barulho dos paredões atravessa facilmente a divisão entre os dois estados, causando muitos transtornos.

A consultora de marketing digital Vanessa Veras se mudou, em setembro de 2023, para um conjunto residencial no Mateuzinho, localizado às margens da Avenida Piauí, na cidade maranhense, e a 400 m de distância do rio.

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Mãe de uma criança de seis meses, ela e o marido apontam que o som dos carros chega a fazer tremer as janelas da casa. Diante do transtorno, Vanessa e o esposo precisam fazer o trajeto até Teresina para denunciarem o barulho às autoridades, já que os carros ficam na cidade piauiense.

Muitas vezes, a viagem é feita durante a madrugada, quando o som aumenta consideravelmente. “Geralmente são oito ou dez paredões, que ficam nos lava-jatos da Avenida Maranhão. Eles ligam na quarta-feira e continuam com o som virado para a beira do rio até domingo. Começam às dez da manhã e vão até depois da meia-noite”, contou a consultora ao g1.

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Veículos com "paredões" ficam posicionados ao longo da Avenida Maranhão, em Teresina, e barulho atravessa o rio que separa as duas cidades, de estados diferentes — Foto: g1 Piauí

Veículos com "paredões" ficam posicionados ao longo da Avenida Maranhão, em Teresina, e barulho atravessa o rio que separa as duas cidades, de estados diferentes — Foto: g1 Piauí

“Temos que passar pela ponte para ligar para a Polícia do Piauí. Só que, quando eles [policiais] vão, [os donos dos veículos] apenas abaixam o volume, voltando a aumentar assim que a Polícia sai de lá”, completou Vanessa Veras.

O professor Alexandre Maciel, doutor em Física Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutor pela USP e pelo Imperial College London, explica que a poluição sonora que afeta os moradores acontece porque uma das propriedades de qualquer onda, no caso a sonora, é a ressonância.

O fenômeno ocorre quando a intensidade com a qual o som é emitido de um local ecoa com maior extensão pela região, uma espécie de amplificação do som, aumentando a intensidade deste.

"Esse efeito ocorre quando as condições permitem que a energia do som seja transmitida de forma muito eficiente para outros corpos. No caso da janela exposta ao som dos paredões, temos o efeito de ressonância entre o vidro e sua estrutura com o som grave", afirmou Alexandre Maciel.

"O som grave é aquele de baixa frequência, que tem a maior facilidade de propagação e de contornar obstáculos, sendo este o que mais afeta os moradores do outro lado do rio", completou o professor.

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Moradores de Timon denunciam poluição sonora por paredões de som em Teresina: ‘minhas janelas tremem’ — Foto: Reprodução

Moradores de Timon denunciam poluição sonora por paredões de som em Teresina: ‘minhas janelas tremem’ — Foto: Reprodução

Denúncias não resolvem

Segundo Vanessa Veras, uma das vizinhas guarda um boletim de ocorrência registrado contra os paredões há três anos. Outro vizinho, pai de duas crianças com autismo, não suportou os prejuízos causados ao bem-estar dos filhos e decidiu vender a casa em que morava no residencial.

Os moradores denunciaram a situação na Delegacia do Silêncio, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) de Teresina e no Ministério Público do Piauí (MPPI).

“Não é um vizinho chato que liga o som na porta, mas um evento semanal. Lutamos para comprar esta casa e é frustrante não ter paz, não conseguir ficar com nosso filho ou chamar nossos amigos. Assim como os donos dos paredões, que têm silêncio quando voltam para suas casas, é o que também queremos”, declarou Vanessa Veras.

Ao g1, o MPPI confirmou que recebeu a denúncia e, na quinta-feira (25), oficiou a Semam, o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) e a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) para atuarem na avenida.

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